Negociações da COP30: o que foi discutido na primeira semana?

Avanços e bloqueios marcam os debates sobre mudanças climáticas em Belém

A primeira semana da COP30 em Belém trouxe avanços limitados nas negociações sobre clima.

Introdução às negociações da COP30 em Belém

A primeira semana da COP30 começou em Belém (PA) em 10 de novembro de 2025, e trouxe um panorama misto sobre as negociações climáticas. Embora alguns avanços tenham sido registrados, muitos temas ainda enfrentam bloqueios significativos. As discussões agora se intensificam na segunda semana, com a expectativa de que decisões cruciais sejam tomadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna à conferência, buscando fortalecer a governança climática e promover um avanço nas negociações.

Temas centrais em discussão

Entre os principais tópicos abordados estão a adaptação climática, financiamento e a transição justa. A adaptação, que envolve ações para lidar com os impactos inevitáveis da crise climática, é uma prioridade, especialmente com o aumento de eventos climáticos extremos. O Global Goal on Adaptation (GGA) estabelece metas para aumentar a resiliência das nações, mas sua mensuração permanece um desafio, diferentemente das metas claras de mitigação.

A primeira semana da COP30 viu um aumento nos indicadores de adaptação, que agora somam 114, abrangendo áreas essenciais como saúde, segurança hídrica e infraestrutura. No entanto, as divergências sobre como implementar esses indicadores e garantir o financiamento necessário ainda são um entrave significativo.

O Balanço Global e os combustíveis fósseis

Um dos pontos mais críticos nas negociações é o Balanço Global, que avalia se os países estão cumprindo suas promessas do Acordo de Paris. O debate sobre a redução do uso de combustíveis fósseis está no centro das discussões. Enquanto alguns países clamam por uma transição rápida para fontes de energia renováveis, outros, que dependem economicamente de carvão e petróleo, resistem a compromissos mais rigorosos.

A proposta da Associação Independente da América Latina e do Caribe (Ailac) sugere um escopo amplo para o próximo Balanço Global, sem vinculação direta às metas de cada país. Essa proposta busca facilitar o diálogo e evitar impasses que podem prejudicar o progresso.

Desafios da transição justa

A transição justa é um conceito central nas discussões, abordando a necessidade de mudar de uma economia dependente de combustíveis fósseis para uma baseada em energias limpas. Este conceito ganhou destaque com a inclusão de termos como “combustíveis de transição” nas negociações, o que abre espaço para debater a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.

O novo rascunho do Programa de Transição Justa visa proteger grupos vulneráveis durante essa transição. O Fundo de Adaptação, que destina recursos para ajudar os países mais afetados pelas mudanças climáticas, também é um ponto de debate. A forma como esse fundo será financiado, especialmente através do mercado de créditos de carbono, é crucial para garantir que os países em desenvolvimento possam se adaptar às mudanças climáticas.

Expectativas para a segunda semana

Com a entrada das equipes políticas nas negociações, a expectativa é que a segunda semana da COP30 traga um novo impulso para as discussões. O retorno do presidente Lula a Belém é visto como um esforço para destravar os pontos que ainda impedem o avanço das negociações. A pressão sobre as delegações para que cheguem a um consenso é alta, especialmente com a divulgação do rascunho do “texto do mutirão”.

Com a pressão crescente das nações e a necessidade de soluções concretas para a crise climática, os próximos dias serão decisivos. O mundo observa atentamente, aguardando resultados tangíveis que possam indicar um comprometimento real com a mitigação das mudanças climáticas.

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