Em declarações recentes, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reiterou a determinação de Israel em “terminar o trabalho” na Faixa de Gaza, com o objetivo declarado de derrotar o Hamas. Netanyahu afirmou que, embora o objetivo não seja ocupar permanentemente Gaza, a ação militar é necessária para libertar a região do que ele descreve como terrorismo do grupo extremista. A ofensiva iminente, com foco inicial na Cidade de Gaza, levanta preocupações internacionais sobre o impacto humanitário na população civil.
Netanyahu defendeu o plano, afirmando que o cronograma estabelecido é “bastante rápido” e que zonas seguras serão criadas para permitir a evacuação da população civil da Cidade de Gaza. Ele argumenta que esta é a maneira mais eficaz de encerrar o conflito rapidamente. No entanto, questionamentos sobre a crescente crise humanitária e relatos de mortes por fome e desnutrição foram minimizados pelo primeiro-ministro, que contesta a veracidade das evidências apresentadas.
Apesar das alegações de Netanyahu, relatos de organizações humanitárias e agências da ONU indicam uma situação alarmante em Gaza, com um número crescente de mortes ligadas à fome e desnutrição, atingindo 193 vítimas até o momento. Enquanto isso, o primeiro-ministro acena com a possibilidade de expandir os centros de distribuição de alimentos e corredores de ajuda humanitária, após a recente permissão para a entrada gradual e controlada de mercadorias em Gaza por meio de comerciantes locais.
A escalada militar planejada por Israel tem gerado forte reação internacional. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, classificou a decisão de expandir as operações em Gaza como “deplorável”, alertando para o agravamento da já catastrófica situação humanitária. O Brasil reiterou o apelo por um cessar-fogo permanente, a libertação de todos os reféns e a entrada irrestrita de ajuda humanitária.
Diante da crescente preocupação global, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para discutir o plano de Israel de assumir o controle da Cidade de Gaza. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, descreveu a medida como uma “perigosa escalada”, refletindo o temor de que a ofensiva possa ter consequências devastadoras para a população civil e para a estabilidade da região. Até mesmo familiares de reféns expressaram preocupação, temendo que a operação militar possa colocar em risco a vida de seus entes queridos.