Nova descoberta de caravela-portuguesa no Japão

© Universidade de Tohoku

Identificação de nova espécie levanta preocupações ambientais

Uma nova espécie de caravela-portuguesa foi descoberta no nordeste do Japão, levantando preocupações sobre as mudanças climáticas.

Em 3 de novembro de 2025, uma nova espécie de caravela-portuguesa foi descoberta flutuando nas águas do nordeste do Japão, na Baía de Sendai, por um grupo de pesquisa liderado por estudantes. O registro levanta preocupações sobre os efeitos das mudanças climáticas nas distribuições marinhas. Yoshiki Ochiai, segundo autor do estudo, relatou que encontrou o organismo em uma região onde nunca havia sido observado antes. “Eu estava trabalhando em um projeto de pesquisa completamente diferente quando me deparei com essa única ‘água-viva’ que nunca tinha visto por aqui”, contou.
A nova espécie foi batizada de Physalia mikazuki, ou “caravela do elmo crescente”, em homenagem ao senhor feudal Date Masamune. Até recentemente, acreditava-se que a caravela-portuguesa era uma única espécie, mas estudos recentes revelaram que o grupo é composto por quatro espécies diferentes, cada uma com sua própria distribuição geográfica.

Implicações das mudanças climáticas

No Japão, a Physalia utriculus era considerada a única representante do gênero, encontrada entre Okinawa e a Baía de Sagami. Contudo, análises genéticas permitiram à equipe identificar que a P. mikazuki já habitava a região, sendo reconhecida como uma nova espécie apenas ao ser encontrada no inédito território do Tohoku. A primeira autora, Chanikarn Yongstar, explicou que registrar as estruturas corporais únicas da nova espécie foi um processo trabalhoso.

Impactos ecológicos

Para entender como a nova espécie chegou tão ao norte, os pesquisadores realizaram simulações computacionais que indicam que correntes oceânicas, especialmente a Corrente de Kuroshio, podem ter transportado o organismo devido às altas temperaturas da superfície do mar. Muhammad Izzat Nugraha, um dos autores, explicou: “Ficamos empolgados ao ver que, na simulação, todas as bolas traçaram um caminho da Baía de Sagami até exatamente onde encontramos a ‘caravela do elmo crescente’.”
O fenômeno preocupa por estar ligado ao aquecimento global e pelos impactos ecológicos. As caravelas do gênero Physalia se alimentam de larvas de peixes e também podem causar queimaduras em banhistas. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Marine Science.

PUBLICIDADE

[quads id=1]

Relacionadas: