A Mada gregaria revela comportamentos incomuns e adaptações ao ambiente semiárido.
Uma nova espécie de joaninha, Mada gregaria, foi descoberta nas dunas da Bahia, destacando-se por sua coloração amarelada e comportamentos únicos.
A nova joaninha das dunas da Bahia
A recente descoberta de uma nova espécie de joaninha, chamada Mada gregaria, nas dunas do São Francisco, no norte da Bahia, traz à tona a importância da biodiversidade no bioma da Caatinga. Identificada entre os municípios de Casa Nova e Pilão Arcado, essa joaninha apresenta características únicas, como sua coloração amarelada e a ausência das tradicionais pintas que costumam ser vistas em outras espécies conhecidas.
Características da Mada gregaria
Diferentemente das joaninhas mais populares, que têm cores vibrantes e marcas contrastantes, a Mada gregaria possui um corpo oval com uma coloração que varia do amarelo ao castanho-amarelado. Outra peculiaridade é a falta das pintinhas nos élitros, as asas rígidas típicas dos besouros. Os machos desta espécie têm características genitais específicas que ajudam a diferenciá-los de outras espécies morfologicamente semelhantes, um dado crucial para estudos taxonômicos.
Comportamentos e adaptações
Os pesquisadores observaram comportamentos pouco documentados para joaninhas herbívoras. Os adultos de Mada gregaria foram vistos agrupando-se por meses, mesmo na ausência de alimento, o que sugere uma adaptação a condições ambientais extremas. Essa estratégia de dormência pode ser uma resposta adaptativa ao semiárido, onde a escassez de recursos é comum.
Além disso, a joaninha utiliza a planta Strychnos rubiginosa como hospedeira, depositando seus ovos na face inferior das folhas. Esse comportamento protege os ovos de predadores e da intensa radiação solar, garantindo a sobrevivência da espécie em um ambiente desafiador.
Importância da descoberta
A descrição da Mada gregaria é um marco significativo para a taxonomia da família Coccinellidae no Brasil. O estudo, publicado no periódico Annales de la Société entomologique de France, ressalta a necessidade de pesquisas mais amplas sobre a fauna da Caatinga, uma região historicamente negligenciada em termos de levantamento científico. O professor Benoit Jean Bernard Jahyny, coordenador do Laboratório de Mirmecologia do Cemafauna, enfatiza que registrar dados sobre a biologia e comportamento da nova espécie torna a descoberta ainda mais valiosa, reforçando a importância de pesquisas em ambientes semiáridos.
A descoberta da Mada gregaria não apenas amplia o conhecimento sobre as interações entre plantas e insetos na região Neotropical, mas também levanta questões sobre a tolerância química e adaptações fisiológicas desses insetos ao longo do tempo. Com isso, os pesquisadores esperam que novas investigações revelem ainda mais sobre a biodiversidade rica e ainda pouco explorada da Caatinga.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Reprodução/ Universidade Federal do Vale do São Francisco/ Bahia, Brasil



