O guia definitivo do que pode e não pode ser feito no tráfego pago em campanhas eleitorais – Por Thiago Branco

Thiago Branco - Especialista em marketing Politico Digital
Garanta a conformidade da sua campanha política no Meta Ads. Este guia detalha as regulamentações do TSE e as políticas da Meta para tráfego pago, oferecendo um checklist prático para evitar penalidades e garantir uma campanha ética e legal.
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A utilização de tráfego pago em campanhas políticas, especialmente em plataformas de grande alcance como o Meta Ads (Facebook e Instagram), tornou-se uma prática comum e altamente eficaz. Contudo, o grande poder de comunicação vem acompanhado de uma grande responsabilidade. Navegar pelo complexo ambiente regulatório é fundamental não apenas para evitar sanções legais e multas pesadas, mas também para construir uma campanha transparente e confiável perante o eleitorado.
Neste artigo, desvendaremos as principais diretrizes que regem o impulsionamento de conteúdo político no Brasil. Abordaremos em detalhe tanto a legislação eleitoral brasileira, consolidada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quanto as políticas específicas da Meta para anúncios de natureza política. O objetivo é fornecer um guia claro e prático para candidatos, partidos, agências e gestores de tráfego, assegurando que suas estratégias digitais estejam em total conformidade com as regras do jogo.

A Legislação Brasileira: As Regras do TSE para a Propaganda Online

O Tribunal Superior Eleitoral, por meio de resoluções, estabelece as diretrizes para a propaganda eleitoral na internet, buscando garantir a isonomia entre os candidatos e a lisura do processo eleitoral. A principal norma que rege o tema é a Resolução nº 23.610/2019, que foi atualizada para as eleições mais recentes .
É crucial entender que, na internet, a propaganda eleitoral paga é, em regra, proibida. A única exceção permitida é o impulsionamento de conteúdos, que deve ser contratado exclusivamente por candidatos, partidos, federações ou coligações e devidamente identificado como tal.
Para facilitar o entendimento, compilamos as principais permissões e proibições em uma tabela:
O que é PERMITIDO (com ressalvas)
O que é ESTRITAMENTE PROIBIDO
Impulsionar conteúdo em plataformas como o Meta Ads, desde que contratado pelos atores legítimos do processo eleitoral.
Veicular qualquer outra forma de propaganda paga, como a compra de espaço em portais de notícias ou banners em sites.
Utilizar o site do candidato/partido, blogs, redes sociais e aplicativos de mensagens para divulgar conteúdo orgânico.
Contratar disparos em massa de conteúdo por qualquer meio, incluindo aplicativos de mensagens como o WhatsApp.
Contar com o apoio de influenciadores digitais e perfis de grande audiência para ampliar o alcance orgânico da mensagem.
Remunerar ou oferecer vantagens a pessoas naturais para que promovam ou critiquem candidaturas.
Criar mensagens para listas de transmissão com contatos cadastrados gratuitamente pelo candidato ou partido.
Utilizar robôs e outras ferramentas para alterar a repercussão de publicações (positiva ou negativamente).
Impulsionar conteúdo 48h antes e 24h depois do dia da votação.
Usar o nome de adversários como palavra-chave em impulsionamentos, mesmo que para promover conteúdo positivo próprio.
O descumprimento dessas regras pode acarretar multas que variam de R$ 5.000 a R$ 30.000, ou o dobro do valor gasto na campanha irregular, além de outras sanções que podem comprometer a candidatura.

As Políticas da Meta: Transparência e Segurança em Foco

Além de seguir a legislação brasileira, as campanhas políticas devem obrigatoriamente aderir às políticas de publicidade da Meta. A empresa tem investido pesadamente em segurança e transparência, especialmente no que tange a anúncios de cunho político, social ou eleitoral .
“Nós temos mais de 40 mil pessoas trabalhando em problemas de proteção e segurança globalmente na Meta, com mais de US$ 30 bilhões investidos em equipes e tecnologia nessa área ao longo da última década.” – Meta
As principais exigências da plataforma para a veiculação de anúncios políticos são:
Requisito da Meta
Descrição e Finalidade
Processo de Autorização
Antes de veicular anúncios políticos, o anunciante (pessoa ou página) deve passar por um processo de verificação de identidade e confirmar quem está pagando pelos anúncios.
Rótulo “Pago por”
Todos os anúncios de natureza política devem exibir um rótulo claro informando quem financiou aquela publicidade. Essa informação fica visível para todos os usuários.
Biblioteca de Anúncios
Todos os anúncios políticos veiculados ficam armazenados em uma Biblioteca de Anúncios pública e pesquisável por até sete anos. A biblioteca mostra o criativo, o texto, o valor gasto, o alcance e o perfil demográfico do público atingido.
Categoria Especial de Anúncio
Ao criar a campanha, é obrigatório declarar que os anúncios são sobre “temas sociais, eleições ou política”. Isso ativa as políticas de transparência e restringe algumas opções de segmentação para evitar práticas discriminatórias.

Checklist Prático de Compliance para sua Campanha

Para garantir que sua campanha esteja em conformidade, siga este checklist prático:
1.[ ] Cumpra a Legislação: Estude a fundo a Resolução nº 23.610/2019 do TSE e suas atualizações.
2.[ ] Obtenha Autorização na Meta: Conclua o processo de autorização para veicular anúncios políticos no Facebook e Instagram antes do início da campanha.
3.[ ] Declare a Categoria Especial: Sempre selecione a categoria “Temas sociais, eleições ou política” ao criar suas campanhas no Gerenciador de Anúncios.
4.[ ] Configure o Rótulo “Pago por”: Garanta que todos os anúncios exibam corretamente a informação sobre o financiador da campanha.
5.[ ] Monitore a Biblioteca de Anúncios: Verifique se seus anúncios estão aparecendo corretamente na Biblioteca e monitore os anúncios de seus concorrentes.
6.[ ] Evite Disparos em Massa: Concentre sua estratégia no impulsionamento segmentado e na criação de conteúdo orgânico de qualidade.
7.[ ] Respeite o Período de Silêncio: Programe o encerramento de todos os impulsionamentos 48 horas antes do dia da eleição.
8.[ ] Preste Contas: Mantenha um registro detalhado de todos os gastos com impulsionamento para a prestação de contas oficial da campanha.

Conclusão

O cumprimento das regulamentações do TSE e das políticas da Meta não é apenas uma obrigação legal, mas um pilar estratégico para o sucesso de uma campanha política digital. A transparência gera confiança, e a conformidade protege a candidatura de riscos jurídicos e de imagem. Ao tratar o compliance como uma prioridade, e não como um obstáculo, as campanhas podem utilizar todo o potencial do tráfego pago de forma ética, eficaz e segura, construindo um diálogo honesto e direto com o eleitor.

Thiago Branco é Head de Estratégias de Tráfego e Comercial, especialista em marketing político, gestão de crise, posicionamento e campanhas de tráfego pago para mandatos, pré-candidatos e partidos. Atua na análise profunda de dados para criar estratégias que geram engajamento, autoridade e votos. Para consultorias, projetos de comunicação política ou gestão de tráfego, entre em contato pelo WhatsApp 41 99149 – 7821

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