O que significa trabalhar com a mesa desarrumada segundo a psicologia

Pesquisas indicam que o desarranjo no espaço de trabalho pode refletir criatividade, produtividade e aspectos da saúde mental

A mesa desarrumada no trabalho revela processos criativos e pode indicar saúde mental, apontam estudos científicos recentes.

A relação entre a mesa desarrumada no trabalho e os processos mentais

A mesa desarrumada no trabalho pode revelar muito sobre a personalidade e a forma como o indivíduo organiza seus pensamentos. Estudos recentes em psicologia mostram que o estado do espaço de trabalho funciona como uma extensão dos processos mentais e emocionais de quem o utiliza. Conforme relatado pelo jornal argentino Clarín, a presença de papéis, anotações e objetos soltos na mesa não é necessariamente sinal de desorganização, mas pode ser um indício de criatividade e produtividade.

Como o desarranjo pode ajudar na criatividade e na produtividade

David Kirch, cientista cognitivo da Universidade da Califórnia em San Diego, conduziu pesquisas para entender os efeitos do desarranjo no desempenho profissional. Kirch defende que esses objetos espalhados servem como “pistas contextuais”, que ajudam a pessoa a manter o foco e organizar ideias, mesmo em meio ao caos aparente. Para ele, o desordenado nem sempre é caótico; muitas vezes, reflete um processo criativo em andamento e pode contribuir para a produtividade estratégica, especialmente em tarefas complexas.

Já a psicóloga Kathleen Vohs, da Universidade de Minnesota, enfatiza que mesas caóticas estimulam a criatividade. Em estudo publicado pela American Psychological Association, Vohs constatou que pessoas que trabalham em ambientes desorganizados desenvolvem soluções inovadoras e pensam fora dos padrões convencionais. Ela afirma que ambientes assim promovem formas de pensar não convencionais e arriscadas, ideais para quem busca inovação no trabalho.

Impactos do ambiente desorganizado na saúde mental e no bem-estar

Apesar das vantagens relacionadas à criatividade e produtividade, o desarranjo pode também indicar questões emocionais. Transformações bruscas no padrão de organização, especialmente para quem sempre foi organizado, podem sinalizar estresse, ansiedade ou depressão. A psicologia alerta que a falta de organização pode gerar sensação de sobrecarga mental, prejudicar o humor e a concentração, impactando negativamente o bem-estar.

Um estudo do National Institute of Mental Health aponta que ambientes caóticos podem intensificar emoções negativas, evidenciando a necessidade de avaliar sinais persistentes de sofrimento emocional com profissionais da saúde mental.

Preferências pessoais e a lógica do ambiente de trabalho

Nem todos enxergam o ambiente desarrumado como um problema. Muitos trabalhadores funcionam melhor em meio ao caos, encontrando sua própria lógica interna na organização aparente da desordem. A frase atribuída a Sigmund Freud — “Não limpe a bagunça. Eu sei exatamente onde está cada coisa” — ilustra essa visão. Para essas pessoas, o ambiente caótico funciona como uma extensão do método de trabalho e pode ser essencial para o fluxo produtivo.

Recomendações para equilibrar organização, criatividade e saúde mental

Especialistas recomendam atenção aos sinais de sobrecarga e mudanças repentinas no comportamento relacionado ao espaço de trabalho. Manter um ambiente que favoreça a concentração e o bem-estar emocional, sem necessariamente exigir uma organização rígida, pode ser o ideal. A conscientização sobre o impacto do espaço físico no desempenho profissional e na saúde mental é um passo importante para promover ambientes de trabalho saudáveis e produtivos.

Fonte: www.purepeople.com.br

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