Objeto interstelar 3I/ATLAS desperta interesse por possível origem extraterrestre

Análise da Universidade de Harvard investiga anomalias em sua trajetória

Pesquisa da Universidade de Harvard sugere que o objeto 3I/ATLAS pode ser um artefato tecnológico. Anomalias em sua trajetória intrigam cientistas.

Em julho de 2025, foi detectado o objeto interstelar 3I/ATLAS, e cientistas da Universidade de Harvard, sob a liderança do astrofísico Avi Loeb, iniciaram uma análise sobre sua natureza, levantando a hipótese de que ele poderia ser um artefato tecnológico de uma civilização alienígena. Esta investigação ocorre com o perielio do objeto previsto para 29 de outubro de 2025, quando se aproximará a 203 milhões de quilômetros do Sol. A pesquisa se concentra na necessidade de testar hipóteses sobre sinais cósmicos, especialmente para abordar o paradoxo de Fermi, que questiona a ausência de contato com civilizações extraterrestres.

Características intrigantes de 3I/ATLAS

O 3I/ATLAS é o terceiro objeto interstelar confirmado, após ‘Oumuamua e Borisov, e viaja a uma velocidade de 60 km/s. Com um diâmetro estimado superior a 20 km, sua órbita retrograda está alinhada a apenas 5 graus com o plano da eclíptica, apresentando uma probabilidade casual de 0,2%. Inicialmente, não foram observadas atividades cometárias, como a liberação de gases, o que é esperado em objetos naturais. Tais características, conforme os pesquisadores, sugerem uma origem planejada. Além disso, a trajetória do objeto apresenta alinhamentos precisos com os planetas do Sistema Solar, o que Loeb considera uma coincidência improvável.

Alinhamentos planetários e suas implicações

O 3I/ATLAS passará próximo a Vênus em setembro de 2025, Marte em outubro e Júpiter em dezembro, com uma probabilidade combinada de 0,005%. Esta sincronização pode indicar um percurso otimizado, semelhante às missões espaciais humanas. O estudo também introduz a “hipótese da floresta escura”, que sugere que civilizações avançadas podem evitar emissões detectáveis para não chamar a atenção de predadores, oferecendo uma explicação para o silêncio cósmico. Loeb compara a análise a uma “sorte” de Pascal, enfatizando que ignorar riscos existenciais é menos racional do que investigá-los.

Observações e próximos passos

Publicada em julho de 2025 e atualizada em outubro, a pesquisa utiliza um software de trajetória interplanetária para simular diferentes cenários. Entre os dados observados, destaca-se a aceleração não gravitacional de 5,9 x 10^{-5} au/dia², que sugere uma possível interceptação com Júpiter. As imagens do telescópio espacial Hubble revelaram um brilho ao redor do 3I/ATLAS, inicialmente interpretado como uma anti-cauda, mas que evoluiu para uma cauda típica em setembro. A Agência Espacial Europeia também registrou uma coma luminosa próxima a Marte, com uma perda de massa estimada de 2 milhões de toneladas até outubro.
Loeb avalia uma probabilidade de 30-40% de que a origem do 3I/ATLAS não seja completamente natural, considerando as oito anomalias observadas desde a sua descoberta em 1 de julho de 2025 pelo sistema ATLAS no Chile. A NASA, embora não identifique ameaças à Terra, continua monitorando a situação através do Center for Near-Earth Object Studies. Além disso, o novo Observatório Vera C. Rubin, previsto para iniciar operações plenas em 2026, aumentará a detecção de objetos interstelares, facilitando a busca por sinais tecnológicos. As propostas incluem missões rápidas de interceptação, inspiradas nas lições aprendidas com ‘Oumuamua, visando uma análise detalhada do 3I/ATLAS após seu perielio.

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