ONU cobra investigação sobre operação letal no Rio de Janeiro

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Especialistas da ONU pedem ação rápida para responsabilização e proteção de testemunhas

A ONU pediu uma investigação rápida sobre a operação no Complexo do Alemão e na Penha, que deixou 120 mortos, sendo quatro policiais.

Em 31 de outubro de 2025, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, baseado em Genebra, expressou preocupação em relação à operação policial que resultou em pelo menos 120 mortes no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, ambos na zona norte do Rio de Janeiro. Os especialistas pedem uma investigação rápida e independente para garantir responsabilização pelos fatos e proteção a testemunhas.

Contexto da operação e consequências

A operação, chamada de “Operação Contenção”, foi realizada em 28 de outubro de 2025 e atingiu comunidades predominantemente de baixa renda e compostas por cidadãos negros. Denúncias destacam que, durante a ação, corpos foram encontrados com mãos amarradas e marcas de tiros, além de invasões a domicílios sem mandado judicial e prisões arbitrárias. A ONU ressalta que a violência expõe um padrão de policiamento racializado que demanda atenção urgente das autoridades brasileiras.

Medidas recomendadas pela ONU

Os especialistas da ONU elencaram várias medidas que o Brasil deve implementar, como:

  • Suspender operações que utilizem força desproporcional;
  • Proteger testemunhas e familiares de retaliações;
  • Preservar provas em casos de homicídio;
  • Realizar investigações periciais independentes;
  • Cumprir normas globais sobre o uso da força e punir abusos policiais.

Aviso sobre episódios de violência

O comunicado destaca que episódios de violência policial no Brasil já tinham sido motivo de alerta anterior por organismos internacionais. A ONU enfatiza a necessidade de o Brasil rever suas políticas de segurança, que perpetuam um modelo de violência policial brutal. Em um relatório de 2024, foi apontado que mais de seis mil pessoas morrem anualmente em ações policiais, majoritariamente negras e habitantes de periferias. O alerta da ONU foi formalmente enviado ao governo brasileiro, solicitando informações sobre medidas para garantir justiça e reparação às vítimas.

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