Líder do PL anuncia que votação do Orçamento de 2026 está condicionada à análise do projeto de anistia
A oposição na Câmara não votará o Orçamento de 2026 até que projeto de anistia seja pautado.
Oposição na Câmara prepara obstrução em resposta à prisão de Bolsonaro
A oposição, composta principalmente por membros do PL, está se mobilizando para uma nova obstrução na Câmara dos Deputados. A ação é uma resposta à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorreu na manhã do último sábado (22/11) por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o bloco não votará nada, incluindo o Orçamento de 2026, até que o projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro seja pautado e discutido em plenário. Esta postura reflete o descontentamento da oposição com a condução das discussões em torno da anistia.
Contexto da prisão de Jair Bolsonaro
Bolsonaro, que foi preso sob a alegação de violação de medidas restritivas, confessou ter queimado sua tornozeleira eletrônica, justificando a ação como um ato de “curiosidade”. A prisão do ex-presidente desencadeou uma série de reações no cenário político, com a oposição clamando por um tratamento mais favorável ao líder, que, segundo eles, deveria ser beneficiado pelo projeto de anistia original, que é de teor amplo e irrestrito.
A primeira obstrução e o acordo sobre a anistia
Esta será a segunda obstrução promovida pela oposição em nome da anistia. A primeira ocorreu em agosto, quando os bolsonaristas tomaram o plenário da Câmara, exigindo a votação do projeto em resposta à prisão domiciliar de Bolsonaro. Naquela ocasião, foi firmado um acordo que permitiu a tramitação do projeto de anistia, cuja urgência foi aprovada. No entanto, o deputado Paulinho da Força, que ficou responsável pela relatoria do projeto, alterou o texto para que tratasse apenas da redução de penas, limitando os benefícios apenas aos participantes das manifestações.
Desdobramentos atuais e a situação do Orçamento
Atualmente, a oposição busca retomar a proposta original de anistia, que beneficiaria Bolsonaro de maneira mais ampla. Contudo, a situação complica-se com a necessidade de aprovação do Orçamento de 2026, que deve ser votado até o recesso de dezembro. A falta de aprovação pode levar a um congelamento dos investimentos do governo federal e atrasar o pagamento das emendas parlamentares, um cenário preocupante, principalmente em um ano eleitoral.
Enquanto isso, a pressão sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta, aumenta, já que a oposição ameaça uma nova obstrução até que suas demandas sejam atendidas. A situação permanece tensa e indefinida, com a necessidade de um diálogo claro entre os parlamentares para evitar um impasse que prejudicaria o funcionamento do governo e a execução do orçamento.