A visita e oração pública do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental desencadearam uma onda de críticas e reacenderam tensões regionais. O gesto, realizado neste domingo, em um dos locais religiosos mais disputados do mundo, é visto como uma grave provocação, especialmente por países muçulmanos. Ben Gvir, conhecido por suas posições nacionalistas de ultradireita, também defendeu a ocupação israelense da Faixa de Gaza.
A Esplanada das Mesquitas, também conhecida como Monte do Templo, é sagrada tanto para muçulmanos quanto para judeus, abrigando a mesquita de Al-Aqsa e as ruínas de templos judaicos antigos. Um acordo histórico, mantido com a Jordânia, proíbe orações judaicas no local, permitindo apenas visitas de não-muçulmanos. A ação de Ben Gvir é considerada uma violação desse acordo, formalizado em 1994, o que gerou forte reação.
A Autoridade Palestina classificou o ato como uma “escalada perigosa”, enquanto Jordânia, Turquia e Arábia Saudita expressaram sua condenação. “Condenamos veementemente a invasão realizada na Mesquita de Al-Aqsa por certos ministros israelenses, sob a proteção da polícia israelense e acompanhados por grupos de colonos israelenses”, declarou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia. A ação do ministro israelense ocorre em um momento delicado, com o governo de Benjamin Netanyahu enfrentando crescente pressão internacional devido à crise humanitária em Gaza.
Além da polêmica em torno da oração, Ben Gvir aproveitou a ocasião para defender a ocupação completa da Faixa de Gaza e o incentivo à “emigração voluntária” de palestinos. Ele justificou sua posição mencionando vídeos recentes de reféns israelenses divulgados por grupos militantes, nos quais um deles aparece em condições precárias e aparentemente cavando sua própria sepultura. As declarações do ministro intensificaram ainda mais a indignação internacional.
Diante da crescente repercussão negativa, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se manifestou, afirmando que “a política de Israel de manter o status quo no Monte do Templo não mudou e permanecerá inalterada”. No entanto, a visita de Ben Gvir e suas declarações subsequentes lançam dúvidas sobre a capacidade do governo israelense de conter as tensões e buscar um cessar-fogo duradouro na região.