Entidades ressaltam a falta de representatividade feminina e negra na Suprema Corte
A indicação de Jorge Messias ao STF gera críticas de entidades que clamam por mais diversidade no judiciário.
Organizações criticam indicação de Messias ao STF
A indicação do Advogado-Geral da União Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) gerou reações de diversas organizações que atuam pela maior representatividade feminina e negra no judiciário. No dia 20 de novembro de 2025, entidades como Fórum Justiça, Plataforma Justa e Themis Gênero e Justiça expressaram sua insatisfação com a escolha, afirmando que ela reforça um padrão de exclusão em esferas de poder.
Críticas à escolha e demanda por ação
As organizações publicaram uma nota nesta quinta-feira (20/11) onde cobram do governo a transformação do discurso sobre diversidade em ações concretas. Segundo as entidades, é essencial que o governo avance na redução das desigualdades que persistem em cargos públicos. “Optar, mais uma vez, por um homem em um colegiado majoritariamente masculino reproduz uma lógica histórica de exclusão e revela a pouca disposição do Estado brasileiro de enfrentar a desigualdade de gênero e raça que estrutura as instituições de justiça”, afirmaram na nota.
Sugestões de candidatas
Destaque-se que as três entidades já haviam se manifestado anteriormente, em outubro, quando apresentaram uma lista com 13 nomes de candidatas, incluindo mulheres brancas e negras, que poderiam ocupar a vaga no STF. Atualmente, apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia, integra a Suprema Corte, o que evidencia a baixa representatividade feminina.
Jorge Messias e o processo de sabatina
Jorge Messias, que ocupa atualmente a posição de chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga aberta no STF. Após a sua indicação, Messias enfrentará uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal antes de ser analisado pelo plenário da Casa. Se aprovado, ele poderá ocupar o cargo até 2055, o que torna ainda mais relevante a discussão sobre a representatividade na corte.
Reações políticas
A indicação de Messias também gerou reações diversas no cenário político. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por exemplo, comemorou a escolha, afirmando que “Deus abençoe a missão”. Por outro lado, a oposição criticou a decisão, considerando-a um “tapa na cara” da sociedade, enfatizando a necessidade de que a Suprema Corte reflita a diversidade da população brasileira.
Neste contexto, a aprovação do nome de Messias se torna um tema central nas discussões sobre justiça e igualdade no Brasil, evidenciando a luta por maior diversidade e inclusão no judiciário.