Menino de 6 anos faleceu após receber dose errada de adrenalina em Manaus
Benício, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus. Pais denunciam erros no atendimento.
Tragédia em Manaus: a morte de Benício e os erros médicos
Benício Xavier de Freitas, uma criança de 6 anos, faleceu em 23 de novembro de 2025, após receber uma dose inadequada de adrenalina na veia no Hospital Santa Júlia, em Manaus. A situação teve início quando seus pais, Joice Carvalho e Bruno Freitas, levaram o menino ao hospital em função de tosse seca e febre, suspeitando de laringite. Completando 7 anos no dia de Natal, a tragédia pegou a família de surpresa e causou revolta.
A mãe de Benício decidiu procurar atendimento médico após notar a inflamação em sua garganta, acreditando que o quadro poderia piorar. Acontece que, após 14 horas na unidade hospitalar, o menino saiu sem vida, provocando a indignação dos pais, que falam em uma “sucessão de erros” no atendimento. Bruno Freitas, pai do garoto, declarou: “Nenhum pai leva seu filho ao hospital para morrer. Essa sucessão de erros e a negligência são inaceitáveis”.
Os erros que culminaram na morte
O atendimento inicial de Benício não foi considerado grave durante a triagem, mas a médica que o atendeu, Juliana Brasil Santos, prescreveu uma dose de adrenalina pura, a ser administrada na veia em vez de inalação, como deveria ser para casos de laringite. Essa decisão foi tomada sem a devida explicação ao paciente e à família.
A mãe de Benício contextou que, um mês antes, o menino recebeu a mesma medicação por inalação e se recuperou rapidamente. Após a aplicação da adrenalina na veia, a condição de Benício piorou. Ele sofreu seis paradas cardíacas consecutivas e não resistiu.
Investigação e consequências
Diante da situação, a polícia iniciou investigações sobre as falhas no atendimento, incluindo a intubação e a falta de supervisão do farmacêutico responsável. O delegado Marcelo Martins destacou que houve um erro estrutural e sequencial nos protocolos médicos, afirmando que Benício não teve chances devido à negligência.
A técnica de enfermagem que administrou a medicação, Raíza Bentes, foi suspensa e está respondendo em liberdade. Sua defesa afirma que ela seguiu as ordens da prescrição médica e aguardará o fim das investigações para se manifestar. A médica Juliana Brasil também foi afastada e alegou, em um vídeo, que o sistema de prescrição eletrônica pode ter contribuído para o erro, embora o diretor do hospital tenha afirmado que o sistema não opera sem orientação médica.
Desdobramentos e apoio à família
Os pais de Benício continuam a buscar justiça e expressam a dor que essa fatalidade causou em suas vidas. O caso gerou repercussões em todo o Brasil, levantando debates sobre a importância de protocolos médicos rígidos e a checagem dupla em prescrições. O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Amazonas ressaltou que a superdosagem de adrenalina deveria ter sido identificada e corrigida por um farmacêutico, apontando falhas sistemáticas na assistência à saúde.
A comunidade médica e a sociedade estão atentas aos desdobramentos desse caso trágico, que não só deixou uma família devastada, mas também levanta questões importantes sobre as práticas médicas e a responsabilidade dos profissionais de saúde.


