Papa pede reflexão sobre o tratamento de imigrantes nos EUA

Remo Casilli

Mensagem do papa Leão XIV destaca a necessidade de acolhimento e respeito

O papa Leão XIV pediu uma reflexão profunda sobre o tratamento de imigrantes nos EUA, sob a administração Trump.

Nesta terça-feira (4), o papa Leão XIV pediu uma “profunda reflexão” sobre como os imigrantes estão sendo tratados nos Estados Unidos sob a administração do presidente Donald Trump. O apelo foi feito em Castel Gandolfo, onde o pontífice comentou sobre os imigrantes detidos em uma instalação federal em Broadview, próximo a Chicago, que tiveram negada a oportunidade de receber a Sagrada Comunhão, uma importante obrigação religiosa.

Leão XIV, natural de Chicago, ressaltou a importância do acolhimento aos imigrantes, citando o Evangelho de Mateus: “Jesus diz claramente que, no fim do mundo, nos perguntarão: como vocês receberam o estrangeiro? Vocês o receberam e o acolheram ou não?” O papa enfatizou a necessidade de refletir sobre o que está acontecendo com aqueles que vivem nos EUA há anos sem causar problemas, mas que agora estão sendo afetados por políticas rigorosas.

Direitos espirituais dos detentos

O papa, que é o primeiro pontífice americano, já havia criticado antes o tratamento dos imigrantes pelo governo federal. Em relação aos detentos de Broadview, ele afirmou que “os direitos espirituais dos presos precisam ser considerados”. Leão XIV convidou as autoridades a permitir que agentes pastorais atendam as necessidades espirituais dessas pessoas, que muitas vezes estão separadas de suas famílias por longos períodos.

Uma delegação de clérigos, incluindo um bispo católico, tentou levar a comunhão sagrada aos detentos no dia 1º de novembro, mas o acesso foi negado. Essa situação se insere na abordagem rigorosa de Trump em Chicago, onde mais de 3.000 pessoas foram detidas.

Críticas à política de defesa

Além de abordar o tratamento de imigrantes, o papa Leão XIV também criticou o envio de navios de guerra pelos Estados Unidos para as proximidades da Venezuela. Ele argumentou que o papel das Forças Armadas deveria ser “defender a paz”, e que a ação do governo Trump estava “aumentando a tensão”. O papa enfatizou que a vitória não virá pela violência, mas sim pelo diálogo e busca de soluções adequadas para os problemas existentes.

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