Como o secretário do Exército está moldando as negociações de paz entre Ucrânia e Rússia
Dan Driscoll, secretário do Exército dos EUA, se destaca nas negociações de paz na Ucrânia, mostrando um papel inusitado na diplomacia.
O papel de Dan Driscoll na diplomacia dos EUA na Ucrânia
Dan Driscoll, secretário do Exército dos EUA, vem se destacando como uma figura chave nas atuais negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. No início de outubro, ele recebeu a missão de pressionar a Ucrânia a retomar as conversas de paz, uma tarefa que, embora não típica para alguém de sua posição, foi vista como uma oportunidade impulsionada pela confiança que o presidente Donald Trump deposita nele.
Driscoll, conhecido como o “cara dos drones”, tem uma extensa experiência no desenvolvimento de tecnologias militares, o que o tornou uma referência dentro do Exército. A confiança que ele conquistou junto a Trump e outros líderes da Casa Branca tem sido fundamental para sua atuação. A relação próxima com o vice-presidente JD Vance também amplia sua influência nas decisões estratégicas do governo.
Diplomacia não convencional de Trump
A abordagem de Trump para crises internacionais é notoriamente não convencional, muitas vezes preferindo confiar em amigos e associados em vez de diplomatas de carreira. Isso se reflete na escolha de Driscoll para essa missão. Com uma carreira militar sólida, ele tem sido visto como um intermediário eficaz, especialmente por já ter estabelecido laços com os ucranianos, que confiam nas capacidades do Exército dos EUA.
Após intensas negociações em Genebra, Driscoll conseguiu que os ucranianos concordassem com os principais termos de um possível acordo de paz, um feito que, segundo fontes, pode ser considerado uma vitória parcial. Essa dinâmica de trabalho em equipe, onde Driscoll se comunicava regularmente com a Casa Branca, é um reflexo da confiança que existe entre ele e Trump, permitindo uma comunicação mais fluida e direta.
Desafios e tensões internas
Apesar do sucesso em algumas frentes, o papel de Driscoll não é isento de desafios. Sua ascensão tem gerado tensões, especialmente com o Secretário de Defesa Pete Hegseth, que, enquanto Driscoll estava envolvido em negociações diplomáticas, se concentrava em questões internas. Essa divisão de responsabilidades ressalta a natureza complexa da administração Trump, onde as prioridades podem se sobrepor e gerar rivalidades.
Daniel Fried, ex-embaixador dos EUA na Polônia, ressaltou a importância da presença de Driscoll nas negociações, destacando a necessidade de alguém que compreenda os detalhes das interações com os russos. A falta de experiência de Driscoll em diplomacia, especialmente em relação à Rússia, levanta preocupações sobre sua eficácia em um cenário tão delicado.
O futuro de Driscoll no governo
A posição de Driscoll no governo e sua crescente proeminência nas negociações de paz têm alimentado especulações sobre um possível futuro como secretário de defesa. Funcionários do governo discutem essa possibilidade, ponderando se sua aproximação com Trump poderá ser um fator decisivo em sua trajetória. Porém, a falta de experiência em negociações diplomáticas pode ser um obstáculo a ser superado.
A evolução das negociações pode não apenas definir o futuro da Ucrânia, mas também o papel de Driscoll dentro da administração. A pressão para alcançar um acordo de paz pode resultar em novas dinâmicas no governo, especialmente se as expectativas não forem atendidas. O tempo dirá se Driscoll se consolidará como uma figura central na diplomacia americana ou se enfrentará desafios que poderão limitar sua influência e atuação.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Cheriss May/ NurPhoto via Getty Images