Conflito entre republicanos e democratas persiste em meio à crise
A paralisação do governo dos EUA chega ao 35º dia, igualando o recorde histórico e afetando milhões de cidadãos.
Paralisação do governo dos EUA chega a 35 dias
A paralisação do governo (shutdown) dos Estados Unidos entrou em seu 35º dia nesta terça-feira (4), igualando o recorde estabelecido durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump como o mais longo da história, enquanto republicanos e democratas no Congresso continuam a culpar uns aos outros pelo impasse.
A assistência alimentar para os pobres foi interrompida pela primeira vez, os funcionários federais de aeroportos, policiais e militares não estão sendo pagos e a economia está às cegas com relatórios governamentais limitados. O Senado já votou mais de uma dúzia de vezes contra uma medida provisória de financiamento aprovada pela Câmara dos Deputados, e nenhum parlamentar mudou sua posição.
Impactos imediatos da paralisação
Os republicanos de Trump detêm uma maioria de 53 a 47 no Senado, mas precisam dos votos de pelo menos sete democratas para atingir o limite de 60 votos para a maioria das leis. Os democratas estão segurando seus votos para obter a prorrogação de alguns subsídios de auxílio saúde. “As vítimas da paralisação dos democratas estão começando a se acumular”, disse o líder republicano da maioria no Senado, John Thune, na segunda-feira (3). A assistência alimentar para aproximadamente 42 milhões de norte-americanos no programa SNAP acabou no sábado (1º), deixando muitas famílias sem os cerca de US$ 180 por mês, em média, de cupons de alimentos.
Consequências econômicas
O Escritório do Orçamento do Congresso estimou que a paralisação pode custar à economia dos EUA US$ 11 bilhões se durar mais uma semana. A ausência de financiamento federal significa dados governamentais econômicos e de emprego limitados para o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) orientar a política monetária. Além disso, mais de 3,2 milhões de passageiros aéreos dos EUA foram afetados por atrasos ou cancelamentos desde o início da paralisação.
Futuro incerto
O Congresso cada vez mais polarizado tornou as paralisações e ameaças de paralisações mais comuns nas últimas décadas, mas a atual situação se destaca não apenas pela sua duração, mas também pelo fato de que pouco esforço foi feito para encerrar essa última paralisação. A Câmara não realiza sessões desde 19 de setembro e Trump tem saído de Washington várias vezes. Os impactos sociais e econômicos continuam a se agravar, com a população preocupada com a continuidade dos serviços essenciais.