Uma passageira brasileira está processando a TAP Air Portugal após relatar ter sofrido uma tentativa de estupro durante uma hospedagem em Paris, custeada pela companhia aérea. A vítima, que não teve sua identidade revelada, alega que foi alocada em um quarto de hotel compartilhado com dois desconhecidos, sem a opção de acomodação individual gratuita, após o cancelamento de seu voo. O caso, ocorrido em 31 de maio de 2025, ganhou repercussão após ser noticiado pelo jornal O Globo e confirmado pelo Bacci Notícias.
Segundo o relato da passageira, que possui cidadania italiana e reside em Portugal, o incidente ocorreu durante a madrugada, após uma das hóspedes ter deixado o quarto. Ela relata ter sido atacada por um dos homens com quem dividia o quarto. “Fui acordada com o homem nu em cima de mim, beijando meu pescoço e me segurando. Por sorte consegui me defender, gritei, e ele fugiu do quarto. Ainda assim, as marcas do episódio permanecem”, declarou a vítima.
A passageira, que embarcaria no voo TP 439 de Paris para Lisboa, afirma que a TAP ofereceu hospedagem devido ao cancelamento, mas informou que quartos individuais não estariam disponíveis sem custo adicional. “Me recusei, exigi um quarto só para mim, mas fui informada que essa não era uma opção. Ou aceitava, ou teria que pagar do próprio bolso – algo inviável em Paris”, relatou ao jornal carioca.
Após o incidente, a vítima procurou a TAP, que ofereceu uma indenização financeira, conforme ela relatou, sem reconhecer formalmente a responsabilidade ou apresentar um pedido de desculpas. A passageira, que atua na área ambiental, registrou um boletim de ocorrência e iniciou uma ação judicial no Brasil, buscando reparação por danos morais e psicológicos. A mulher que dividia o quarto com a vítima confirmou o relato em depoimento.
O advogado da vítima enfatiza a falha da empresa em garantir a segurança de seus passageiros. A ação judicial tramita no Juizado Especial Cível, com um pedido de indenização limitado ao teto de R$ 50 mil. A passageira alega ter sido ignorada pela companhia aérea e busca reparação por assédio moral e negligência.