Paul Biya é reeleito presidente de Camarões aos 92 anos

colorida do presidente de Camarões, Paul Biya

O veterano líder poderá permanecer no cargo até os 99 anos após conquistar seu oitavo mandato.

Paul Biya, de 92 anos, foi reeleito presidente de Camarões pela oitava vez, gerando protestos e acusações de fraude.

O presidente de Camarões, Paul Biya, de 92 anos, foi declarado vencedor das eleições presidenciais do dia 12 de outubro de 2025, de acordo com os resultados oficiais anunciados pelo Conselho Constitucional em 27 de outubro. Com esta vitória, Biya poderá permanecer no poder até os 99 anos, consolidando seu oitavo mandato. A reeleição ocorre em um clima de tensão, com protestos em Duala, onde manifestantes exigem resultados eleitorais confiáveis.

Protestos e tensões políticas

Os protestos em Duala resultaram em quatro mortes e ferimentos em membros das forças de segurança, com opositores acusando o governo de fraudes nas eleições. O ex-ministro e candidato opositor Issa Tchiroma Bakary, que obteve 35,19% dos votos, declarou ter vencido o pleito, enquanto seus apoiadores levantaram barricadas e queimaram pneus nas ruas. O governador da região de Litoral atribuiu os distúrbios a jovens sob efeito de drogas, enfatizando a necessidade de controle na região.

Contexto histórico

Biya, que está no poder desde 1982, é o segundo líder com mais tempo no cargo no mundo, apenas atrás do ditador de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Sua reeleição foi possível após uma reforma constitucional polêmica que eliminou o limite de mandatos presidenciais. A situação em Camarões é marcada por um conflito contínuo entre forças separatistas e o governo, além de uma grave crise econômica que afeta a população, com 40% vivendo na pobreza e altas taxas de desemprego nas principais cidades. A ausência do principal rival de Biya, Maurice Kamto, cuja candidatura foi rejeitada, também contribui para o clima de insatisfação popular.

O futuro político de Camarões

Com a reeleição, esperam-se novos desafios para Biya, que enfrentará a pressão da população por reformas e melhoria nas condições de vida. A expectativa é que a oposição continue a lutar por direitos mais justos e resultados eleitorais transparentes, enquanto a economia do país tenta se recuperar das crises e da estagnação que perdura há anos.

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