Desvalorização ocorre mesmo com compra de moeda americana pelos EUA
O peso argentino se desvalorizou apesar da intervenção do Tesouro dos EUA, que comprou a moeda no câmbio paralelo.
O peso argentino abriu em baixa na sexta-feira, 6 de outubro, mesmo após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciar que os Estados Unidos compraram a moeda na quinta-feira no câmbio paralelo conhecido entre investidores como “blue chip swap”. Essa intervenção cambial, divulgada pela primeira vez por Bessent, não conseguiu evitar uma desvalorização de até 3,4% na moeda, enquanto a taxa paralela também enfraqueceu mais de 1%.
Intervenção e suas consequências
As ações do Tesouro dos EUA buscam atender à demanda por dólares de poupadores e investidores antes de uma importante eleição legislativa que o partido do presidente Javier Milei enfrenta no próximo fim de semana. Apesar da injeção de dinheiro dos EUA, muitos argentinos acreditam que não será possível evitar outra desvalorização. Bessent, no entanto, defende que o peso está “subvalorizado” e tenta reverter essa percepção.
O cenário do câmbio argentino
Enquanto a taxa oficial é obtida nos bancos, os argentinos dependem cada vez mais de taxas não oficiais para transações financeiras. Na quinta-feira, a taxa oficial fechou em 1.402 pesos por dólar, enquanto o blue-chip swap terminou em torno de 1.476 por dólar. A falta de confiança na moeda oficial intensifica o uso de taxas paralelas.
Reações às intervenções
Walter Stoeppelwerth, diretor de investimentos da corretora Grit Capital Group, afirmou que a intervenção do Tesouro dos EUA demonstra o compromisso dos EUA com a Argentina, embora a confiança nesse apoio tenha sido abalada após comentários de Donald Trump sobre a possibilidade de retirar suporte em caso de derrota do partido de Milei.
Linhas de crédito e swaps
Bessent também anunciou que os EUA estão preparando a extensão de uma linha de swap de US$ 20 bilhões para a Argentina, além de uma linha de crédito do setor privado que complementaria essa intervenção. O Citigroup Inc. e o Banco Santander SA estão envolvidos na compra de pesos no mercado local para sustentar a moeda, embora os detalhes sobre os volumes ainda sejam escassos.