Presidente colombiano compara situação a conflitos no Oriente Médio
Gustavo Petro alerta sobre riscos de conflito na América do Sul por conta da disputa por petróleo.
Gustavo Petro e petróleo: um alerta sobre conflitos potenciais
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um novo alerta nesta segunda-feira (10/11) sobre o risco de um conflito de grandes proporções na América do Sul. Segundo ele, a “ganância” pelos recursos naturais da Venezuela e da Colômbia, especialmente pelo petróleo, pode transformar a região em uma “nova Síria”.
Comparação com a Síria
A Síria, que antes de 2011 tinha no petróleo uma de suas principais fontes de renda, viu sua produção cair drasticamente após o início de uma guerra civil. O setor foi devastado por sanções internacionais, pela destruição causada pelo conflito e pela disputa entre potências estrangeiras e grupos locais pelo controle dos campos petrolíferos. O presidente Petro fez essa comparação para alertar sobre as consequências que a disputa pelos recursos pode trazer para a América Latina.
Intensificação de operações militares
A declaração de Petro ocorre em meio a uma intensificação dos ataques por parte dos Estados Unidos ao Mar do Caribe. Esses ataques, apresentados por Washington como parte do combate ao narcotráfico, foram criticados pelo presidente colombiano, que classificou o movimento como parte de um processo de militarização motivado por interesses econômicos. Petro afirmou que a pressão por recursos não renováveis ameaça a soberania dos países latino-americanos.
A posição da Venezuela
O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, também se manifestou sobre a situação. Maduro enviou uma carta aos líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), pedindo uma resposta unificada às operações militares dos EUA no Caribe. Na carta, Maduro menciona que os Estados Unidos reconheceram seus crimes no Conselho de Segurança da ONU e acusou as forças norte-americanas de cometerem possíveis execuções extrajudiciais sob o pretexto de combate ao narcotráfico.
Argumentos contra as acusações
O governo da Venezuela nega as acusações de envolvimento com o tráfico de drogas, afirmando que relatórios do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) comprovam que o país não possui plantações ilícitas e mantém índices baixos de tráfico interno. Desde a retirada da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) em 2005, a Venezuela diz ter criado um modelo soberano de combate ao narcotráfico, com apreensões recordes e destruição de pistas de pouso clandestinas.
Conclusão
A situação na América do Sul, marcada por tensões geopolíticas e interesses econômicos em torno dos recursos naturais, levanta preocupações sobre a possibilidade de um conflito semelhante ao que ocorreu na Síria. As declarações de Petro e Maduro refletem um momento crítico na relação entre as nações da região e as potências estrangeiras, especialmente os Estados Unidos.
Fonte: www.metropoles.com