CFO da Petrobras destaca incertezas nas projeções econômicas e sua flexibilidade nos investimentos
Petrobras defende suas projeções para o preço do petróleo e do dólar, destacando a flexibilidade nos investimentos.
Petrobras defende suas projeções de Brent e dólar
A Petrobras (PETR4) defendeu as premissas adotadas em seu Plano Estratégico 2026-2030, que estabelece o preço do petróleo Brent a US$ 70 a partir de 2027 e a cotação do dólar a R$ 5,80. O CFO Fernando Melgarejo destacou que qualquer valor escolhido para esses indicadores carrega incertezas relevantes, levando a estatal a criar um modelo de investimentos mais flexível para lidar com essas variações.
Consultas a especialistas e análise do mercado
Segundo Melgarejo, a definição das premissas envolveu consultas com mais de 30 especialistas em óleo e gás, além da análise de práticas adotadas por outras empresas do setor. “Optamos por US$ 70 a partir de 2027. Haveria riscos para qualquer número que fosse usado. Para mitigar esses riscos, criamos um capex com nomenclaturas diferentes — implantação-alvo, implantação-base e avaliação”, afirmou.
Ajustes nas premissas e cenário econômico
O CFO também indicou que o câmbio de R$ 5,80 está em linha com as condições macroeconômicas observadas atualmente. Ele explicou que essa taxa está adequada à inflação e ao diferencial em relação ao mercado americano. Além disso, Melgarejo destacou uma redução significativa no Brent de equilíbrio da Petrobras, que caiu de US$ 80 para US$ 59 até 2026. “Se chegarmos até US$ 59, temos dívida líquida neutra”, afirmou o CFO.
Expectativas para o mercado de petróleo
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfatizou que o cenário de curto prazo é adverso, com parte do mercado projetando que o Brent possa chegar a US$ 50 no primeiro semestre de 2025. Segundo ela, essa possível retração deverá ser seguida de um ajuste. “Se todo mundo botar o pé no freio, no ano seguinte se retoma, e daí os US$ 70 em 2027”, frisou.
Segmentação dos investimentos para maior segurança
Magda também ressaltou a incerteza das projeções, o que torna necessário segmentar os investimentos. “Dos US$ 91 bilhões, US$ 81 bilhões são projetos já contratados. Os outros US$ 10 bilhões vão ficar sob judice, para escolher o que melhor rende para a companhia. Vamos fazer isso de três em três meses. Essa é a novidade do plano”, explicou. Ela acrescentou que a priorização dos investimentos se dá em função da responsabilidade fiscal e da necessidade de adequação ao cenário atual.
Críticas e perspectivas do mercado
Em um relatório enviado a clientes, o Bradesco BBI comentou que o plano de investimentos da Petrobras apresenta valores elevados no curto prazo, enquanto os investimentos a longo prazo diminuem consideravelmente. Os analistas do banco consideram que as premissas macroeconômicas adotadas são “um tanto agressivas”. Além disso, destacam que a viabilidade financeira do plano depende de US$ 12 bilhões em iniciativas de redução de custos, que costumam ser desafiadoras de mensurar. Embora reconheçam o esforço da administração em apresentar um plano “resiliente”, observam que propostas desse tipo são geralmente mais bem recebidas quando fundamentadas em premissas conservadoras.
Fonte: www.moneytimes.com.br