Petrobras Produz Combustível de Aviação Sustentável Inédito com Óleo Vegetal

A Petrobras alcançou um marco importante na produção de combustíveis sustentáveis para a aviação. A Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos, São Paulo, conduziu com sucesso testes para a produção de SAF (Sustainable Aviation Fuel, ou combustível sustentável de aviação) a partir do coprocessamento de óleo vegetal misturado a correntes tradicionais de petróleo.

O SAF é projetado para substituir diretamente o querosene de aviação convencional, sem a necessidade de modificações em aeronaves ou na infraestrutura de abastecimento existente. A Petrobras destaca que essa característica o torna uma solução prática para a redução imediata das emissões no setor aéreo.

Durante os testes, o óleo vegetal foi incorporado ao processo padrão de produção do querosene de aviação (QAV). O teor de óleo vegetal atingiu o patamar de até 1,2%. A empresa considera esse resultado um avanço significativo na produção de combustíveis mais ecológicos para a aviação, e projeta o início da produção comercial de SAF para os próximos meses.

Segundo Alexandre Coelho Cavalcanti, gerente geral da Revap, esta operação representa uma abordagem de menor investimento para a produção de combustíveis renováveis, utilizando a infraestrutura já existente. A consolidação da rota tecnológica de produção de SAF por coprocessamento é vista como crucial, considerando as futuras exigências do mercado.

A partir de 2027, a legislação brasileira exigirá que as companhias aéreas comecem a utilizar combustíveis sustentáveis. Essa exigência está alinhada com a Lei do Combustível do Futuro e a fase obrigatória do Corsia, o programa da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para a redução e compensação das emissões de CO2 provenientes de voos internacionais.

William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, enfatizou que este avanço representa um marco tecnológico para a empresa e um passo importante para o Brasil no combate às mudanças climáticas em escala global.

A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, também obteve autorização da Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF, com previsão de iniciar a produção e comercialização nos próximos meses.

PUBLICIDADE

Relacionadas: