Petrobras pratica subsídio cruzado em combustíveis

REUTERS/Sergio Moraes

Gasolina é vendida a preços elevados enquanto diesel fica abaixo da paridade

Petrobras tem vendido gasolina mais cara e diesel abaixo da paridade, gerando discussões sobre a política de preços.

Gasolina a preços altos e diesel abaixo da paridade chamam a atenção do mercado. A Petrobras (PETR3;PETR4) é alvo de críticas por sua estratégia de preços, especialmente com o Brent próximo de US$ 60 o barril. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina está 10% mais cara do que no mercado internacional, enquanto o diesel estaria 1,43% abaixo do preço de importação. Essa discrepância indica um possível subsídio cruzado.

Impacto do subsídio cruzado

O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, destacou que a estatal pode estar compensando as perdas no diesel com os lucros da gasolina. Reduzir o preço da gasolina pode exigir um aumento no diesel, o que levanta dúvidas sobre a continuidade da atual política de preços. O último reajuste para a gasolina foi em junho, com uma queda de R$ 0,17 por litro, e para o diesel em maio, com uma redução de R$ 0,16 por litro.

Análise do mercado

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentou sobre os preços em suas redes sociais, mas não forneceu detalhes claros sobre os critérios de precificação. Relatórios do BTG Pactual afirmam que a política de preços da Petrobras é disciplinada, priorizando médias de longo prazo. Se o Brent se estabilizar em torno de US$ 62, a Petrobras poderá reduzir os preços da gasolina em 5–10% nas próximas semanas.

Expectativas futuras

O Bank of America observou que a gasolina da Petrobras tem estado consistentemente acima da paridade desde junho, resultando em um ágio de 4,1% no acumulado do ano. Para 2024, o combustível foi vendido com um desconto médio de 4,8% para a gasolina e 4,7% para o diesel, o que reforça as discussões sobre a necessidade de ajustes na política de preços.

PUBLICIDADE

Relacionadas: