Rosneft enfrenta sanções, mas opera com concessão da ANP

A petrolífera russa Rosneft, alvo de sanções dos EUA, mantém contrato com o Brasil.

A petrolífera russa Rosneft, alvo das recentes sanções dos Estados Unidos, continua operando no Brasil, onde mantém um contrato de concessão com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As sanções foram impostas com o objetivo de pressionar a Rússia por um cessar-fogo na Ucrânia. De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, as petrolíferas Rosneft e Lukoil são acusadas de financiar a “máquina de guerra do Kremlin”.

Operações no Brasil

Desde 2018, a Rosneft opera três blocos de exploração na Bacia do Solimões, no estado do Amazonas. O contrato está na fase de exploração e deve ser concluído até 31 de outubro. Apesar de não estar entre as subsidiárias sancionadas, há brechas na legislação americana que podem afetar a filial brasileira da Rosneft.

Impactos das sanções

Embora a subsidiária não esteja listada entre as entidades sancionadas, especialistas apontam que as medidas podem gerar reflexos indiretos no Brasil. O professor Matheus de Paiva, da Universidade Católica de Brasília, explica que os impactos se manifestam através de canais financeiros, tecnológicos e reputacionais. A Rosneft pode ter dificuldades em obter crédito e realizar transferências internacionais, além de enfrentar barreiras na aquisição de equipamentos essenciais para a exploração de petróleo na Amazônia.

Riscos para empresas brasileiras

O advogado Pablo Sukiennik alerta que empresas brasileiras com vínculos com a Rosneft podem sofrer sanções secundárias, especialmente se tiverem relações com instituições financeiras ou companhias americanas. Embora o risco para o Brasil seja considerado baixo e indireto, as sanções podem dificultar o avanço dos projetos da Rosneft devido à falta de financiamento.

A continuidade das operações da Rosneft dependerá de sua capacidade de diversificar as fontes de recursos e tecnologia fora do sistema ocidental.