Plano Pós-Guerra em Gaza: Hamas Rejeita Proposta de Realocação

O grupo Hamas manifestou forte oposição a um possível plano que visa a realocação da população de Gaza, transformando o território em um centro turístico e tecnológico após o período de conflito. A alegação surge em meio a relatos sobre um projeto que envolveria a saída voluntária de residentes e a futura administração da região por um fundo internacional.

O projeto em questão, teria sido idealizado com a intenção de realocar os habitantes de Gaza, oferecendo 5 mil dólares, auxílio para aluguel por quatro anos e um ano de alimentos para aqueles que concordassem em deixar a área. A iniciativa, que surgiu após uma reunião em Washington sobre o futuro de Gaza, prevê ainda que o território palestino seja gerido durante 10 anos por um fundo denominado GREAT Trust, antecedendo a criação de uma entidade palestina reformada.

O plano propõe também oferecer aos proprietários de terras “tokens digitais” para financiar uma nova vida em outro lugar, ou a troca por apartamentos em novas “cidades inteligentes” com tecnologia de Inteligência Artificial a serem construídas na Faixa de Gaza.

A reação do Hamas foi imediata. Um dos membros do seu gabinete político, Bassem Naim, utilizou as redes sociais para expressar a sua rejeição, afirmando que Gaza “não está à venda” e que permanece “uma parte integral da grande pátria palestina”. Outro líder do Hamas, sob anonimato, declarou que o grupo rejeita todos os planos que impliquem o deslocamento da população e a permanência de forças de ocupação no território, considerando tais propostas como “inúteis e injustas”.

Em fevereiro, o primeiro-ministro israelense havia manifestado apoio a uma ideia semelhante, expressa pelo então presidente Trump. A proposta foi amplamente rejeitada por países árabes, nações ocidentais e pela ONU na época.

Moradores de Gaza também expressaram suas opiniões sobre o assunto. Um residente de 37 anos, que vive em uma barraca, qualificou a proposta como um “disparate”, enquanto outro, residente em Khan Yunis, afirmou que “mesmo sem conhecê-lo, é um plano fracassado”. Um terceiro morador declarou apoio à proposta, contanto que representasse o fim dos combates e a garantia de reconstrução de Gaza.

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