Polêmica e Direito Autoral: Hit de IA sobre ‘Sexo na Cracolândia’ é Retirado do Ar por Intervenção de Jay-Z

A canção “São Paulo”, que rapidamente viralizou nas redes sociais, foi removida das plataformas de streaming a pedido do renomado rapper Jay-Z. A faixa, interpretada pela personagem virtual Tocanna, criada por inteligência artificial pelo designer gráfico Gustavo Sali, é uma adaptação do sucesso “Empire State of Mind” do artista americano. A remoção da música se deu por questões de direitos autorais, levantando um debate sobre o uso de inteligência artificial na criação musical e seus limites legais.

O controverso hit, que alcançou mais de 400 mil streams no Spotify, gerou discussões acaloradas devido à sua letra explícita. A música narra uma experiência sexual na Cracolândia, área central de São Paulo conhecida pela concentração de usuários de drogas. Trechos como “Sexo gostoso na Cracolândia, em um canto sem luz, em São Paulo” chocaram e dividiram opiniões.

Segundo informações do jornal ‘O Globo’, Jay-Z exigiu ser creditado na canção, argumentando que a faixa continha referências claras ao seu sucesso de 2009, gravado em parceria com Alicia Keys. Essa exigência é prática comum na indústria musical quando uma obra utiliza samples ou se baseia em outra preexistente. “A questão dos direitos autorais é fundamental para proteger a propriedade intelectual dos artistas”, comenta um especialista em direito autoral.

A personagem Tocanna, criada por IA, utiliza uma voz que remete à da cantora Any Gabrielly. A artista, no entanto, se pronunciou publicamente para esclarecer que não é a intérprete da canção. Gustavo Sali, criador da personagem, revelou em entrevista ao g1 que já previa a possibilidade de a música ser retirada do ar, especialmente após transformar Tocanna em uma cantora com perfis oficiais no Spotify e Apple Music.

Além da paródia da música de Jay-Z, Tocanna possui outras versões de canções famosas, como ‘Die With a Smile’, de Lady Gaga e Bruno Mars. Todas as músicas seguem um estilo ácido e ‘proibidão’, com títulos como ‘Clima de Puteiro’, ‘Preencha meu Cool’ e ‘Rola de Cavalo’. O caso reacende a discussão sobre os limites da criação musical com inteligência artificial e a necessidade de regulamentação para proteger os direitos autorais.

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