Análise da nova política habitacional e seu impacto nas vendas do setor imobiliário
Nova política habitacional deve ajudar vendas no médio padrão, mas especialistas alertam que os efeitos serão limitados.
A nova política habitacional anunciada pelo governo federal visa melhorar as vendas no mercado imobiliário de médio padrão, que atende famílias com renda mensal entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. Apesar de a expectativa ser positiva, especialistas afirmam que os efeitos serão limitados devido ao cenário de juros elevados e crédito restrito.
Ajustes na política habitacional
O programa inclui ajustes significativos, como a ampliação do teto dos financiamentos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e o retorno do financiamento pela Caixa Econômica Federal de até 80% do valor do imóvel. Luiz França, presidente da Abrainc, ressalta que a nova política de crédito é crucial para dar estabilidade e juros acessíveis ao setor.
Desafios do mercado médio padrão
Embora as mudanças sejam bem-vindas, a dependência da classe média em relação ao crédito imobiliário pode limitar a eficácia da política. A taxa média de juros está acima de 13%, e mesmo uma redução de 1% pode incluir mais 160 mil famílias no mercado. Contudo, a Selic, atualmente em 15%, deve cair gradualmente até 2026, mas permanecerá em um patamar considerado alto.
Comparativo com o mercado de alto padrão
Enquanto o segmento médio padrão enfrenta dificuldades, o mercado de alto padrão continua aquecido, impulsionado por compradores que, frequentemente, não dependem de financiamentos. Claudio Carvalho, da AW Realty, afirma que as vendas de imóveis de luxo permanecem firmes, com um aumento projetado de 15% em 2026. A diferença de comportamento entre esses segmentos evidencia os desafios que a classe média enfrenta no acesso à habitação.
Expectativas futuras
Com a nova política habitacional, há uma expectativa de melhoria nas condições do crédito, mas o impacto real nas vendas do médio padrão deve ser cautelosamente avaliado, pois as barreiras financeiras ainda persistem. Especialistas recomendam monitorar a evolução da Selic e a resposta do mercado a essas novas diretrizes.