Pesquisadores sugerem que uma lua ativa pode ser a fonte de elementos detectados na atmosfera de WASP-39b.
Estudo sugere que uma lua vulcânica pode ser responsável por gases na atmosfera do exoplaneta WASP-39b.
Uma equipe internacional liderada pelo pesquisador Apurva Oza, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), anunciou uma forte candidata a exolua ao redor do planeta alienígena gigante WASP-39b, localizado a cerca de 700 anos-luz da Terra. A hipótese surgiu após análises feitas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, que indicaram a presença de dióxido de enxofre na atmosfera do exoplaneta, possivelmente resultante de erupções de uma lua altamente vulcânica, semelhante a Io, de Júpiter.
Detalhes do estudo
O estudo, já aceito para publicação pelo Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, foi apresentado na conferência conjunta Europlanet Science Congress/Division of Planetary Sciences (EPSC-DPS), em Helsinque, Finlândia. O JWST detectou o dióxido de enxofre em 2023, e novas análises sugerem que esse elemento pode ter uma origem externa ao planeta. Variações temporais de sódio, potássio e dióxido de enxofre indicam uma fonte adicional, possivelmente uma lua ativa.
Implicações da descoberta
WASP-39b, um “Júpiter quente”, completa uma volta em torno de seu sol em apenas quatro dias e apresenta altas temperaturas diurnas. O padrão de variação do gás pode ser explicado por material sendo injetado por uma lua vulcânica. Oza compara o processo ao observado entre Júpiter e Io, onde a intensa força gravitacional causa aquecimento interno e erupções. Especialistas como Kurt Retherford destacam que a variação das assinaturas químicas sugere a presença de um corpo sólido, como uma lua.
Desafios e incertezas
Entretanto, a possibilidade de uma exolua em órbita de um Júpiter quente levanta questões, já que luas podem se perder durante a migração dos planetas. David Kipping, da Universidade Columbia, e René Heller, do Instituto Max Planck, expressam ceticismo sobre a estabilidade de uma lua em órbitas tão apertadas. Além disso, a variabilidade observada pode ter origem na estrela hospedeira, o que requer métodos complementares para confirmar a hipótese da exolua.
Próximos passos
Os pesquisadores planejam reprocessar dados de trânsitos anteriores e buscar assinaturas sutis que possam confirmar a existência da lua. A confirmação de uma exolua ativa abriria novas janelas para entender a evolução de sistemas planetários e os ambientes químicos fora do nosso sistema solar. Além disso, as técnicas desenvolvidas para estas pesquisas podem beneficiar áreas como monitoramento ambiental e diagnóstico médico, promovendo avanços tecnológicos que impactam diretamente a vida na Terra.