Uma mulher suspeita de envolvimento na execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi presa em São Paulo na madrugada desta quinta-feira (18). A detenção ocorreu após investigações que a apontam como responsável por transportar um fuzil, supostamente usado no crime, de Praia Grande para a capital paulista. O assassinato do ex-delegado, ocorrido na última segunda-feira (15), chocou a comunidade jurídica e policial.
Dahesly Oliveira Pires, identificada como a suspeita, já havia prestado depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Após o interrogatório, a polícia solicitou sua prisão temporária, prontamente decretada pela Justiça de São Paulo. A suspeita tem antecedentes criminais por tráfico de drogas, o que intensificou as suspeitas sobre seu envolvimento no caso.
De acordo com a CNN, durante o depoimento, Dahesly alegou desconhecer o conteúdo da sacola que transportava, versão que não convenceu os investigadores. A polícia acredita que ela tinha ciência do armamento e de sua possível utilização no assassinato. A busca pela verdade continua com a análise de provas e depoimentos.
Ainda na madrugada, por volta das 1h40, Dahesly foi conduzida algemada do DHPP ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito. Posteriormente, foi encaminhada ao 6º DP (Cambuci), onde permanece detida aguardando audiência de custódia. A expectativa é que a audiência defina os próximos passos em relação à sua prisão.
As forças de segurança seguem empenhadas em identificar e prender todos os envolvidos no crime, conforme informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Além da prisão de Dahesly, testemunhas e familiares de outros dois suspeitos já identificados foram ouvidos pela polícia. Objetos apreendidos em mandados de busca e apreensão estão sendo periciados.
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, foi brutalmente assassinado a tiros em Praia Grande. Câmeras de segurança registraram o momento em que criminosos armados com fuzis atacaram o veículo do ex-delegado. “As imagens mostram que, ao tentar fugir, o carro da vítima foi atingido por um ônibus e capotou. Em seguida, os criminosos se aproximaram e realizaram a execução”, informou a CNN.
Fontes, que atualmente ocupava o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, era conhecido por sua atuação contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Considerado um dos principais inimigos da organização, sua morte levanta suspeitas de vingança por parte do grupo. A polícia investiga a fundo essa possibilidade.
As investigações, conduzidas pelo DHPP com apoio do Deic, exploram diversas linhas de apuração. Uma das principais frentes é a possível vingança de facções criminosas, em especial o PCC. Ruy Ferraz foi responsável por mapear a estrutura do PCC nos anos 2000, o que o tornou um alvo potencial da organização criminosa.
Outra linha de investigação considera a possível ligação do crime com o trabalho de Fontes na Prefeitura de Praia Grande. A polícia está checando informações recebidas sobre possíveis desavenças ou ameaças relacionadas à sua atuação como secretário de Administração. O caso segue sob investigação para que todos os responsáveis sejam identificados e levados à justiça.