Prisão de ex-presidente do INSS é contestada pela defesa como ilegal

METRÓPOLES

Alessandro Stefanutto, detido na operação que investiga fraudes, busca provar sua inocência

Defesa de Alessandro Stefanutto alega que prisão é irregular e que ele irá provar sua inocência.

A prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ocorrida na manhã do dia 13 de novembro de 2025, gerou polêmica e contestações legais. A defesa de Stefanutto afirma que a prisão é completamente ilegal, destacando que seu cliente não causou embaraços à investigação que apura um esquema de fraudes no INSS.

A defesa também revelou que não teve acesso ao conteúdo que fundamentou a decisão judicial que resultou na prisão. Segundo os advogados, “trata-se de uma prisão completamente ilegal, uma vez que Stefanutto está colaborando com a apuração desde o início”. Eles se mostram confiantes em que o ex-presidente conseguirá comprovar sua inocência ao longo dos procedimentos legais que se seguem.

O escândalo do INSS, que vem sendo investigado, foi inicialmente revelado pelo portal Metrópoles em uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023. As investigações mostraram que a arrecadação das entidades que descontam mensalidades de aposentados disparou, totalizando R$ 2 bilhões em um ano, enquanto várias associações enfrentavam processos por fraudes nas filiações de segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) e auxiliaram na apuração realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU). A operação, que ficou conhecida como Operação Sem Desconto, foi desencadeada em abril de 2024 e resultou na demissão de Stefanutto e do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Stefanutto é um dos gestores que estiveram à frente do INSS durante o período em que foram realizados descontos ilegais em aposentadorias e pensões. A investigação se tornou mais ampla e incluiu outros políticos, como o deputado federal Euclydes Pettersen e o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, que também estão sendo investigados por envolvimento no esquema.

Os mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas, foram executados em várias localidades, demonstrando a gravidade da situação e a abrangência das investigações. A CGU confirmou a execução de 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva, o que indica uma operação bem coordenada para desarticular o esquema de fraudes.

A defesa de Stefanutto reafirma que ele atuou de maneira transparente e que irá contestar a legalidade da prisão. O desdobramento desse caso continua a ser acompanhado de perto, uma vez que envolve não apenas a figura de um ex-presidente do INSS, mas também uma rede de políticos e entidades que podem ter se beneficiado de práticas irregulares.

Contexto das investigações

O escândalo do INSS, que ficou conhecido como a “Farra no INSS”, expôs uma série de irregularidades que envolvem a manipulação de dados e a realização de descontos indevidos nas aposentadorias. As reportagens do Metrópoles desempenharam um papel crucial ao trazer à tona essas questões, resultando na abertura de inquéritos e na mobilização das autoridades competentes para investigar as denúncias.

A continuidade das investigações e o acompanhamento das repercussões legais que surgem a partir da prisão de Stefanutto serão fundamentais para entender a extensão das fraudes no INSS e as consequências para os envolvidos. A sociedade aguarda ansiosamente por respostas e pela responsabilização dos culpados, enquanto a defesa de Stefanutto se prepara para os próximos passos legais em busca de sua absolvição.

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