Após um período de instabilidade, a indústria nacional demonstra recuperação, impulsionada por setores específicos.
A produção industrial do Brasil apresentou um crescimento de 0,8% em agosto, superando as expectativas do mercado, conforme dados divulgados pelo IBGE.
A produção industrial brasileira registrou um aumento de 0,8% em agosto, contrariando as expectativas do mercado e sinalizando uma possível recuperação após um período de instabilidade. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse crescimento reflete um desempenho superior ao previsto, mesmo com a implementação de tarifas pelos Estados Unidos e a manutenção de juros elevados no país.
André Macedo, gerente da pesquisa, destacou que a base de comparação depreciada é um fator importante para entender o resultado positivo em relação a julho. O levantamento do IBGE revelou que 16 das 25 atividades industriais pesquisadas apresentaram aumento na produção durante o período, evidenciando uma distribuição mais ampla do crescimento.
Os setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%) foram os que mais contribuíram para o resultado positivo. Por outro lado, o setor de produtos químicos apresentou uma queda de 1,6%, interrompendo um ciclo de três meses de crescimento. Entre as categorias econômicas, três das quatro registraram expansão em agosto: bens intermediários (1,0%), bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) e bens de consumo duráveis (0,6%). Os bens de capital, no entanto, tiveram um recuo de 1,4%.
Economistas apontam que o setor industrial brasileiro ainda enfrenta desafios, como a taxa básica de juros Selic em 15%, que dificulta o acesso ao crédito e afeta as decisões de investimento. As tarifas norte-americanas sobre os produtos brasileiros, que entraram em vigor em agosto, também podem ter um impacto, embora analistas acreditem que este deva ser moderado.