Projeção do BofA indica fluxo positivo de investimentos em 2026

11/12/2025
15:27

Expectativa de Ibovespa chega a 180 mil pontos com aumento do fluxo estrangeiro

BofA projeta Ibovespa a 180 mil pontos até 2026, com alta do fluxo estrangeiro.

Expectativa de crescimento do fluxo estrangeiro em 2026

O ano de 2025 se destacou pela forte presença de investidores estrangeiros na Bolsa brasileira, contribuindo para que o Ibovespa alcançasse máximas históricas. Segundo David Beker, estrategista-chefe do Bank of America (BofA) para a América Latina, esse movimento deve continuar no próximo ano, facilitando um novo impulso ao Ibovespa. “O estrangeiro está interessado no Brasil, mas a incerteza mundial afeta essa perspectiva”, comenta Beker sobre a atual situação do mercado.

Ele ressalta, no entanto, que a alocação de investimentos na América Latina é extremamente baixa, indicando um amplo espaço para crescimento. “Essa baixa alocação significa que há muito a ser explorado por investidores, uma vez que o potencial para retorno se torna cada vez mais visível.”

Fatores que influenciam a cotação do Ibovespa

Parte do crescimento do Ibovespa registrado em 2025 se deve ao reposicionamento global em resposta à fraqueza do dólar. À medida que as incertezas sobre tarifas e políticas fiscais se intensificaram, investidores começaram a explorar alternativas fora dos Estados Unidos. Para os mercados desenvolvidos, Beker observa que as avaliações estão se aproximando de um teto, enquanto os emergentes, incluindo o Brasil, permanecem subvalorizados.

O BofA mantém o Brasil como sua principal recomendação na região, adotando uma postura otimista em relação ao mercado acionário local. A instituição prevê que o Ibovespa chegue a 180 mil pontos até o final de 2026, impulsionado por um eventual ciclo de afrouxamento monetário.

Cenários alternativos para o futuro do Ibovespa

Nos cenários propostos, o índice poderia alcançar 210 mil pontos se houver um ambiente fiscal favorável, enquanto um aumento na percepção de risco poderia fazer a cotação cair para 130 mil pontos. Beker explica que “os cenários dependem da percepção do mercado sobre a trajetória de juros, que, por sua vez, depende das políticas fiscais adotadas após as eleições.”

A importância da estabilidade fiscal

O estrategista acredita que a estabilidade fiscal pode prevalecer em 2026, considerando que o governo atual já tem avançado em diversas iniciativas políticas em direção à reeleição do presidente. Beker menciona que, devido à boa posição do presidente nas pesquisas, o risco fiscal tende a ser reduzido. Contudo, ele alerta que a partir de 2027, será fundamental enfrentar os desafios de estabilização da relação dívida/PIB, seguindo as recomendações do recente relatório do BofA.

Retorno do investidor doméstico

Além do fluxo estrangeiro, Beker vê potencial para que investidores locais voltem a apostar na Bolsa brasileira à medida que a taxa Selic comece a cair consistentemente. Ele afirma: “Em 2026, é viável que a Bolsa brasileira se beneficie de ambos, os fluxos estrangeiros e locais.” O analista menciona que a percepção de que a taxa de juros está em queda pode induzir uma realocação de portfólios entre os investidores. “Aqueles que esperarem podem perder oportunidades.”

Ações recomendadas pelo BofA

O BofA apresenta uma visão construtiva sobre o mercado acionário, destacando um grupo de ações que, segundo a instituição, combina resiliência e capacidade de gerar retorno em ambientes voláteis. Este grupo inclui companhias como Mercado Livre (MELI34), Nubank (ROXO34), WEG (WEGE3), BTG Pactual (BPAC11), Raia Drogasil (RADL3), Localiza (RENT3) e Itaú (ITUB4).

Além disso, uma segunda lista de ações composta por empresas maiores também é mencionada, como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Bradesco (BBDC4), que ainda oferecem retornos, apesar de inesperadas flutuações de mercado. As perspectivas do BofA, portanto, são otimistas, prevendo um crescimento considerável no fluxo de investimentos ao Brasil nos próximos anos.