Iniciativa visa garantir a qualidade e a disponibilidade de águas subterrâneas
O projeto SegHidro da Sanepar realiza coletas de amostras em poços e minas do Litoral do Paraná para garantir a qualidade da água.
Projeto SegHidro: Garantindo a qualidade da água no Litoral do Paraná
O Projeto SegHidro, desenvolvido pela Sanepar, está em andamento no Litoral do Paraná, onde a companhia realiza um mapeamento inédito das águas subterrâneas. Este projeto visa a coleta e análise de amostras de água de poços e minas, uma ação fundamental para assegurar a qualidade e a disponibilidade de água para abastecimento público. Recentemente, as coletas foram feitas em duas minas que abastecem Guaraqueçaba e em um poço localizado em Sambaqui, Morretes.
Iniciativas de monitoramento em parceria com a UFPR
A iniciativa faz parte do projeto Segurança Hídrica com Águas Subterrâneas (SegHidro) e é realizada em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo Ester Assis Mendes, gerente de Recursos Hídricos da Sanepar, o projeto permitirá um monitoramento detalhado de cerca de 1,3 mil poços operacionais, coletando dados sobre a qualidade e a quantidade das águas subterrâneas, aspectos essenciais para o gerenciamento sustentável desse recurso, especialmente em face dos crescentes desafios climáticos.
“Essa é uma das maiores campanhas de amostragem de águas subterrâneas já realizadas no Brasil, com um formato e abrangência inéditos”, destaca Ester. O SegHidro também pretende estabelecer parcerias e convênios que garantam a segurança hídrica e disponibilizem água em quantidade e qualidade adequadas para o abastecimento.
Desafios enfrentados durante a coleta
As coletas no Litoral são desafiadoras. Jonas Alves Machado, funcionário da Sanepar e responsável pela coleta, relata que o acesso aos locais nem sempre é fácil. “Em Guaraqueçaba, por exemplo, para alcançar uma mina precisamos percorrer 1.200 metros a pé dentro da mata. Levamos equipamentos que asseguram uma coleta segura e adequada, além de instrumentos para realizar análises imediatas de parâmetros como temperatura, pH e condutividade”, explica.
Todos os amostradores da Sanepar, profissionais treinados para essa tarefa, são equipados com maletas que contêm dispositivos de medição e soluções específicas para calibrar a sonda multiparamétrica. Além das análises realizadas no local, as amostras devem ser mantidas a uma temperatura que não ultrapasse os 6º C, uma exigência para análises microbiológicas.
Registro e análise dos dados coletados
Os resultados das análises realizadas durante a coleta são registrados em um aplicativo desenvolvido para caracterização de dados de campo, conhecido como CDC. Este aplicativo, criado por Ronaldo Wander Fernandes, outro empregado da Sanepar, permite que os dados coletados gerem uma “fotografia” das condições das fontes subterrâneas analisadas.
Próximas etapas do projeto
As próximas coletas de águas subterrâneas estão agendadas para dezembro, abrangendo poços e minas na região de Foz do Iguaçu e Toledo, no Oeste do Paraná. Ester informa que a fase de coleta de amostras terá duração de nove meses, mas o projeto SegHidro incluirá outras etapas, permanecendo ativo até pelo menos 2030. “O foco é garantir a disponibilidade de água em quantidades e qualidades que atendam às necessidades humanas, atividades econômicas e a conservação dos ecossistemas aquáticos”, finaliza.
As águas subterrâneas representam 18% das fontes de abastecimento no Paraná, atendendo a 630 localidades. As amostras coletadas no âmbito do SegHidro serão enviadas para análises na Gerência de Avaliação de Conformidades da Sanepar (GACF) e no Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH) da UFPR.
