Agricultores franceses realizaram protestos em várias cidades, pedindo ao governo que impeça a assinatura do acordo de livre comércio com o Mercosul. Os produtores temem a concorrência desleal trazida por importações mais baratas da América do Sul. A pressão sobre o novo premiê, Sébastien Lecornu, aumenta em meio a uma crise política e orçamentária. Sindicatos exigem garantias de que os concorrentes latino-americanos cumpram normas sanitárias e ambientais europeias.
Agricultores franceses protestam contra acordo de livre comércio com o Mercosul, temendo concorrência desleal.
Na França, agricultores realizaram protestos em várias cidades, incluindo Paris, na manhã de 14 de setembro de 2025, pedindo ao governo que bloqueie um acordo de livre comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul. Os manifestantes, organizados por sindicatos rurais, temem a perda de competitividade devido a importações mais baratas da América do Sul.
Mobilização e impacto político
Centenas de tratores ocuparam ruas e praças em diversas localidades, atendendo ao chamado dos sindicatos. O presidente do sindicato FNSEA, Arnaud Rousseau, destacou que a mobilização visa não apenas o acordo com o Mercosul, mas também tarifas impostas por outras nações. A pressão sobre o novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, aumenta em um momento crítico de turbulência política na França.
Acordo comercial e preocupações dos produtores
O acordo de livre comércio com o Mercosul, que ainda precisa da aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros, gera receios entre os produtores franceses sobre a chegada de produtos mais baratos, que não respeitam os padrões sanitários e ambientais. Associações de produtores de carne, aves e grãos pedem que Paris se recuse a assinar o pacto, argumentando que as medidas de salvaguarda são insuficientes.
Reações do governo
Embora a ministra da Agricultura, Annie Genevard, tenha reconhecido a importância das salvaguardas, ela admitiu que mais esforços são necessários para proteger os agricultores franceses. As manifestações refletem um crescente descontentamento com a política comercial da União Europeia, em um cenário de crise financeira e política.