Ação ocorre após convocação de vigília por parte do senador em apoio ao pai, Jair Bolsonaro.
Psol protocola notícia-crime contra Flávio Bolsonaro por incitação ao crime após convocação de vigília.
Neste sábado (22/11), o Psol protocolou uma denúncia criminal na Procuradoria-Geral da União (PGR) contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por incitação ao crime. A ação foi motivada pela convocação do senador para uma vigília em frente ao condomínio onde reside em Brasília, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai.
A representação do Psol argumenta que as manifestações públicas vinculadas à atuação do parlamentar visam mobilizar a sociedade em torno de uma decisão judicial. “Os fatos narrados nesta representação decorrem de manifestações públicas diretamente vinculadas à atuação política do parlamentar, voltadas à mobilização social em torno de decisão judicial emanada a Corte, razão pela qual a competência do STF se encontra configurada”, afirma o documento.
Contexto da vigília
O evento, que ocorreu em frente ao Condomínio Solar de Brasília, contou com a participação de apoiadores que se reuniram para orar pela saúde de Jair Bolsonaro. Durante a vigília, destacava-se um boneco de papelão em tamanho real do ex-presidente, simbolizando sua figura entre os manifestantes. Flávio Bolsonaro, visivelmente emocionado, participou da oração ao lado de outras figuras políticas, como o vereador Carlos Bolsonaro e a deputada federal Bia Kicis.
Conflitos e contestações
A vigília não transcorreu de maneira tranquila. Um opositor ao ex-presidente, identificado como Ismael, foi agredido e expulso do local após criticar a gestão do ex-presidente durante a pandemia. Ismael afirmou: “Nós temos orado por justiça nesse país, nós temos orado para aqueles que abrem covas caiam nelas… como o seu pai, que abriu 700 mil covas na pandemia”. Esse incidente gerou ainda mais tensão entre os presentes, demonstrando a polarização do momento.
A resposta judicial
O conteúdo da convocação de Flávio Bolsonaro, que foi publicado em sua conta no X (antigo Twitter), foi interpretado pelo Psol como uma tentativa de incitar seus apoiadores a se aglomerarem, apresentando riscos de tumulto e obstrução à atuação das autoridades policiais. O partido afirma que a ação pode facilitar uma fuga ou perturbar as medidas cautelares em vigor.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já determinou que a defesa de Jair Bolsonaro se manifeste em até 24 horas sobre as alegações de que ele tentou violar a tornozeleira eletrônica que utiliza desde julho. Após isso, a Procuradoria-Geral da República também deverá se pronunciar.
Implicações políticas
A denúncia do Psol contra Flávio Bolsonaro pode ter implicações significativas no cenário político, especialmente em um contexto onde a polarização está em alta. A mobilização de apoiadores em torno de figuras políticas e as reações contrárias demonstram a tensão crescente entre os grupos, refletindo um ambiente de intenso confronto ideológico.
A situação continua a se desenrolar, e a atenção do público se volta para as próximas reações legais e políticas em decorrência da denúncia apresentada pelo Psol.