Queda de 19% nos bonds da Raízen reflete tensão no mercado de crédito

Investidores reagem a riscos crescentes com dívida da empresa

Os bonds da Raízen desabaram quase 19% na última semana, evidenciando preocupações com sua dívida. O contexto de alta taxa de juros e custos crescentes também agrava a situação.

Na última semana, os bonds da Raízen, joint venture de açúcar e etanol, desabaram quase 19%, evidenciando preocupações com a dívida corporativa brasileira. Na terça-feira (14), os títulos recuperaram parte das perdas, subindo 4 centavos por dólar, mas a situação permanece delicada para a maior produtora de biocombustíveis do Brasil.

Contexto de alta tensão

Os títulos da Raízen, controlada pela Shell e Cosan, atingiram mínimas históricas, com investidores reduzindo a exposição a emissores considerados arriscados. A empresa enfrenta custos crescentes e safras ruins, e o sentimento do mercado foi impactado por perdas recentes em outras empresas, como Ambipar e Braskem.

Desempenho financeiro

A Raízen consumiu R$ 7 bilhões em caixa nos três meses encerrados em 30 de junho, com dívida líquida aumentando 56% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 49,2 bilhões. O custo de serviço da dívida alcançou R$ 1,62 bilhão, correspondente a cerca de 86% do lucro antes de juros e impostos. Apesar de afirmar ter uma posição de caixa robusta, investidores estão cautelosos.

Perspectivas futuras

A Fitch Ratings manteve o rating da Raízen em “BBB”, com perspectiva negativa. A questão da alavancagem elevada e sua duração se torna crucial, pois o sentimento do mercado pode mudar rapidamente, afetando a confiança dos investidores. A Raízen está em negociações para capitalização, mas ainda não há avanços concretos.
A situação da Raízen destaca os desafios enfrentados pelas empresas brasileiras em um ambiente de alta taxa de juros e crescente aversão ao risco.

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