Queda no home office em 2024: dados revelam novas tendências

10’000 Hours/GettyImages

Apesar da redução, o trabalho remoto ainda supera índices de antes da pandemia

Dados de 2024 mostram queda no home office, mas índices ainda superam os de antes da pandemia.

Home office em 2024: uma análise do cenário no Brasil

Em 2024, o Brasil registrou uma diminuição na proporção de trabalhadores em home office, mas o percentual ainda se mantém acima dos níveis pré-pandemia. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 6,6 milhões de pessoas, o equivalente a 7,9% do total de 82,9 milhões de trabalhadores, continuam exercendo suas funções profissionais a partir de casa.

Tendência de queda em comparação com os anos anteriores

Os dados, divulgados em 19 de novembro de 2025, mostram uma queda em relação a 2022, quando a taxa de trabalhadores em home office era de 8,4%. Essa redução, embora modesta, indica uma mudança na tendência de crescimento que se intensificou com a pandemia e alcançou seu pico em 2022. O analista do IBGE, William Kratochwill, observa que, apesar dessa diminuição, os números atuais ainda são superiores aos verificados antes da Covid-19, quando apenas 5,8% dos ocupados trabalhavam de casa.

Predomínio feminino no trabalho remoto

Outro dado significativo é a predominância feminina entre os trabalhadores remotos. A pesquisa revelou que 61,6% dos que atuam em home office são mulheres. Em 2024, 13% delas estavam nessa situação, enquanto entre os homens a proporção era de apenas 4,9%. Essa diferença aponta para uma nova dinâmica no mercado de trabalho, onde o home office parece ser uma escolha mais comum entre mulheres.

Coworkings e novas definições de home office

Kratochwill ressalta que o conceito de “trabalho no domicílio de residência” não necessariamente implica que os trabalhadores estejam em casa o tempo todo, já que muitos optam por espaços de coworking. Essa mudança na definição de home office pode não corresponder à imagem tradicional que se tem do trabalho remoto, ampliando as possibilidades de como e onde as pessoas exercem suas atividades profissionais.

Impacto nas empresas e reações dos trabalhadores

A diminuição do teletrabalho gerou reações diversas em setores específicos. Algumas empresas, como o Nubank, estão reintroduzindo gradualmente o trabalho presencial. Esta decisão levou a demissões de funcionários que estavam insatisfeitos com as mudanças. Além disso, trabalhadores da Petrobras realizaram paralisações em protesto contra a redução do home office, evidenciando a insatisfação com as novas diretrizes.

O futuro do trabalho remoto

Mesmo com essa retração, o estudo do IBGE indica que o home office não foi uma tendência passageira. A adoção desse modelo de trabalho ultrapassou os patamares anteriores à pandemia e parece ter atingido um novo equilíbrio. Para as empresas, o desafio agora é encontrar maneiras de gerenciar esse modelo híbrido, garantindo produtividade e flexibilidade, enquanto os trabalhadores veem o teletrabalho como uma opção consolidada. O analista destaca a necessidade de ajustes conforme as demandas corporativas evoluem, sinalizando um futuro em que o home office continuará a ter um papel relevante no mercado de trabalho.

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