Questões sobre soja brasileira ganham destaque em reunião de Trump

Tom Williams/CQ-Roll Call, Inc via Getty Images

Suspensão de unidades exportadoras brasileiras pela China é tema de discussão

Suspensão de exportações de soja brasileira pela China é tema de críticas no governo dos EUA.

O problema da China com soja brasileira se tornou um tópico central em uma reunião do governo dos Estados Unidos nesta última terça-feira (2 de novembro). A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, utilizou a recente suspensão de cinco unidades exportadoras de soja do Brasil como um exemplo das “falhas de qualidade” do produto nacional durante a conversa com o presidente Donald Trump.

A suspensão e suas consequências

O episódio surgiu após o Ministério da Agricultura do Brasil anunciar que a China bloqueou o envio de cargas de cinco unidades, devido à presença de trigo tratado com pesticida no porão de um navio que transportava 69 mil toneladas de soja. Apesar do impacto negativo do ocorrido, a pasta brasileira minimizou o problema, afirmando: “Trata-se de cinco estabelecimentos, entre mais de 2 mil unidades habilitadas para exportação de soja à China”.

A secretária Rollins explorou esse incidente para ressaltar a superioridade da soja americana, afirmando que as ações da China evidenciam que os agricultores dos EUA produzem “a melhor soja do mundo”. Essa declaração reflete a tensão existente nas relações comerciais entre os dois países, especialmente em um contexto de tarifas e barreiras comerciais.

Retaliação da China e impactos no comércio

A suspensão das importações de soja dos EUA pela China representa uma retaliação às tarifas impostas por Trump sobre produtos chineses. No ano de 2024, o país asiático havia adquirido mais de US$ 12 bilhões em soja dos EUA, mas em setembro de 2025, zerou essas importações, condicionando a retomada do comércio ao fim das chamadas “taxas irracionais”. Atualmente, produtos chineses enfrentam uma tarifa de 30% para entrar no mercado dos EUA, enquanto produtos norte-americanos têm uma tarifa de 10% na China.

Com essa lacuna, Argentina e Brasil intensificaram o fornecimento de soja para a China. A Argentina, por exemplo, chegou a suspender temporariamente impostos sobre exportações para estimular as vendas. Ao mesmo tempo, enquanto restringia as importações da soja brasileira, a China realizou sua maior compra de soja americana desde janeiro, adquirindo 840 mil toneladas em novembro, com embarques programados para dezembro e janeiro.

Relação Brasil-China

O Ministério da Agricultura brasileiro, em resposta às críticas e à suspensão das unidades, reafirmou que a relação com a China é “sólida e estratégica”, garantindo que as inconformidades são tratadas com “transparência e agilidade”. A cúpula de Busan, realizada entre Trump e Xi Jinping no final de outubro, parece ter influenciado as recentes ações comerciais, refletindo a complexidade e a dinâmica do comércio global.

O cenário atual destaca a importância da qualidade e da regulamentação dos produtos agrícolas no comércio internacional, além das tensões políticas e comerciais que moldam a relação entre as nações. O que se observa é um jogo complexo de força no qual a soja, um dos principais produtos de exportação do Brasil, desempenha um papel crucial nas interações geopolíticas entre os países envolvidos.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Tom Williams/CQ-Roll Call, Inc via Getty Images

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