Raízen (RAIZ4): O que causou a queda de quase 90% nas ações desde o IPO?

Entenda os desafios enfrentados pela empresa e o futuro do etanol de segunda geração.

A Raízen (RAIZ4) viu suas ações desabarem quase 90% desde o IPO. Entenda os fatores que impactaram o desempenho da empresa.

Em janeiro de 2025, a Raízen (RAIZ4) enfrentou uma drástica queda de suas ações, que desabaram quase 90% desde o seu IPO em 2021, quando arrecadou R$ 6,9 bilhões. Desde março de 2022, a empresa opera com suas ações abaixo do preço inicial de R$ 7,40, sendo negociadas atualmente por menos de R$ 1.

Fatores que impactaram a Raízen

O etanol de segunda geração (E2G), uma das grandes promessas da companhia, apresenta vantagens significativas em relação ao etanol de primeira geração, como uma pegada de carbono 80% menor que a gasolina. Contudo, com a pandemia, as prioridades em sustentabilidade mudaram. Além disso, o aumento dos juros globais dificultou a compra de combustíveis com prêmios, como o E2G, impactando diretamente na demanda e no retorno sobre os investimentos.

Desafios e reestruturação

A Raízen conta atualmente com três plantas de E2G em operação, localizadas no interior de São Paulo, e está em processo de construção de novas unidades. No entanto, a empresa reconhece que o cenário atual de juros altos e a necessidade de reavaliação de suas prioridades tornaram a situação financeira delicada. A companhia enfrenta um endividamento elevado, que foi ampliado para R$ 49,21 bilhões, um aumento de 55,8% em comparação ao ano anterior.

Perspectivas futuras

Apesar do cenário desafiador, especialistas acreditam que a demanda por E2G pode ser revitalizada, especialmente na Europa, onde há restrições em relação ao uso de matérias-primas de primeira geração. A Raízen está em um plano de desinvestimentos que poderá levantar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões nos próximos 18 meses, além de buscar uma potencial capitalização para fortalecer sua estrutura de capital. Mesmo com as dificuldades, algumas instituições financeiras mantêm recomendações de compra para as ações da empresa, destacando a importância de uma gestão disciplinada e um processo de turnaround eficaz.

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