O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), reagiu à sua condenação de 16 anos e um mês de prisão por tentativa de golpe de Estado. Através de vídeos publicados nas redes sociais, Ramagem classificou o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) como um “absurdo” e denunciou o que considera uma “perseguição política”. A Primeira Turma do STF também determinou a perda do mandato de Ramagem e o pagamento de multa.
Em sua defesa, Ramagem argumenta que a delação do tenente-coronel Mauro Cid, peça central da acusação, não o menciona diretamente. “Todos sabem que a delação do Mauro Cid… foi a espinha dorsal de toda essa ação. Agora, você sabia que o delator Mauro Cid não me citou uma única vez em toda a delação?”, questionou o deputado em um dos vídeos. Ele insiste que não há base para sua condenação e que está sendo alvo de uma campanha difamatória.
Ramagem também contesta a validade das provas apresentadas contra ele, incluindo documentos sobre urnas eletrônicas encontrados em seus dispositivos. Ele afirma que se tratavam de anotações pessoais, sem relação com qualquer plano golpista. “Vasculharam a minha vida e só encontraram escritos particulares, sem qualquer crime, fato reconhecido pelo ministro Luiz Fux”, declarou, referindo-se a um voto divergente no STF.
Apesar da condenação, a perda do mandato de Ramagem não é automática. O processo ainda depende da análise da defesa e de trâmites internos na Câmara dos Deputados. A decisão final sobre a cassação caberá à Mesa Diretora da Casa, sem data definida para ocorrer. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, mencionou a possibilidade de perda do mandato por faltas, caso Ramagem permaneça preso por mais de 120 dias.