Um projeto piloto de rastreabilidade bovina foi lançado no Rio Grande do Sul, marcando um avanço significativo para a pecuária do estado e com potencial para ser implementado em todo o país. A iniciativa, que teve sua apresentação durante a Expointer, visa identificar, registrar e monitorar o histórico completo de cada bovino, desde o nascimento até o abate.
O programa é fruto de uma parceria entre a Secretaria da Agricultura do RS, o setor produtivo e técnicos especializados. Seu principal objetivo é fortalecer a defesa agropecuária e modernizar o setor, utilizando a identificação individual dos animais. Atualmente, 50 propriedades gaúchas participam do projeto piloto, que está alinhado com as diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), especificamente com a portaria que estabelece o cronograma do Programa Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos. Esta normativa confere autonomia aos estados para definirem suas próprias estratégias de implementação.
A rastreabilidade não apenas contribui para a sanidade animal, mas também visa valorizar a carne brasileira no competitivo mercado internacional.
Segundo o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária do RS, a secretaria é responsável pelo fornecimento dos brincos e bottons de identificação, além de realizar a aplicação e acompanhar a movimentação dos animais por meio do sistema oficial.
Durante a Expointer, criadores de diferentes raças, como Angus, Devon e gado holandês, já estavam integrados ao projeto. A leitura eletrônica dos animais foi realizada no parque, simulando o processo que deverá se tornar um requisito a partir da década de 2030.
O cronograma estabelecido pelo Mapa prevê a criação de uma base de dados nacional até 2026. Entre 2027 e 2029, a identificação individual de cada animal será implementada, com a meta de que todo o rebanho brasileiro, estimado em cerca de 239 milhões de cabeças, esteja rastreado até 2032.
De acordo com um diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, o sistema fortalecerá a certificação da condição sanitária dos animais e dos produtos pecuários, garantindo maior segurança ao consumidor e agregando valor à cadeia da carne brasileira.