Estudo revela como a liberdade impacta o comportamento emocional dos roedores.
Estudo revela que ratos criados em laboratório apresentam menor ansiedade após viverem em ambientes naturais.
A pesquisa recente conduzida por cientistas da Cornell University trouxe à tona resultados surpreendentes sobre o comportamento de ratos de laboratório. Os animais, que passaram toda a sua vida confinados em gaiolas, apresentaram uma diminuição significativa nos níveis de ansiedade após uma breve experiência em ambientes naturais. Essa descoberta, publicada na revista Current Biology, sugere que a liberdade e a variedade de estímulos ambientais têm um impacto profundo nas respostas emocionais dos roedores.
A importância do ambiente na saúde mental
O estudo envolveu a divisão de ratos em dois grupos distintos. Enquanto um grupo permaneceu em gaiolas tradicionais, o outro foi transferido para campos naturais cercados, onde puderam explorar, cavar e interagir com o espaço ao seu redor. A avaliação do comportamento dos ratos foi realizada através de um teste padrão, o labirinto elevado em forma de cruz, que mede a ansiedade com base no tempo que os animais passam em áreas abertas versus áreas fechadas. Os resultados foram claros: os ratos que experimentaram a liberdade mostraram uma disposição muito maior para explorar os espaços abertos, indicando uma redução notável no medo.
Redefinindo o comportamento animal
Surpreendentemente, a resposta de ansiedade dos ratos que passaram por experiências de liberdade foi consideravelmente mais baixa, mesmo em relação àqueles que já apresentavam altos níveis de ansiedade antes do experimento. Apenas uma semana em um ambiente natural foi suficiente para que esses comportamentos, que antes eram predominantes, fossem revertidos. Essa mudança é atribuída à rica variedade de estímulos proporcionados pelo ambiente natural, que parece oferecer aos ratos um maior controle sobre suas ações e uma oportunidade de explorar suas capacidades.
Implicações e futuros estudos
Os pesquisadores ressaltam que os resultados deste estudo não apenas desafiam a forma como percebemos o comportamento animal em laboratório, mas também sublinham a importância do ambiente na resposta do cérebro ao estresse e à ansiedade. O próximo passo para os cientistas será investigar quanto tempo de exposição ao ambiente natural é necessário para manter esses efeitos, se a idade dos ratos influencia os resultados e quais alterações ocorrem no cérebro durante esse processo.
Essa pesquisa abre novas perspectivas para a compreensão do comportamento animal e a importância de ambientes enriquecidos, não apenas para ratos, mas possivelmente para outras espécies também. A liberdade e a variedade podem ser fatores essenciais para a saúde mental dos animais, questionando a adequação de práticas de pesquisa que utilizam ambientes restritivos.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Matthew Zipple/Universidade Cornell