O plano do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de ocupar integralmente a Faixa de Gaza, já assolada pela guerra e por uma grave crise humanitária, gerou imediata e intensa reação da comunidade internacional nesta sexta-feira. Países europeus, a ONU e a China manifestaram profunda preocupação, enquanto o Hamas alertou que a medida colocaria em risco a vida dos reféns.
Em resposta ao anúncio, a Alemanha suspendeu a exportação de armas que poderiam ser utilizadas por Israel em Gaza. O chanceler Friedrich Merz declarou que, diante da crescente dificuldade em justificar os objetivos militares israelenses no território palestino, o governo alemão não autorizará a exportação de equipamentos militares que possam ser empregados na Faixa de Gaza.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu a interrupção imediata do plano, argumentando que ele contradiz a decisão da Corte Internacional de Justiça sobre o fim da ocupação israelense e a autodeterminação palestina. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou a ofensiva como um “erro” e alertou que ela não trará o fim do conflito nem a libertação dos reféns, apenas mais “massacres”.
A Espanha também condenou a decisão israelense, com o ministro das Relações Exteriores, Manuel Albares, afirmando que o plano “só causaria mais destruição e sofrimento”. A Turquia exortou a comunidade internacional a impedir a implementação do plano, que, segundo o governo turco, visa deslocar os palestinos de suas terras e tornar Gaza inabitável.
O Hamas, que ainda mantém 49 reféns israelenses, denunciou o plano como um “novo crime de guerra” que “custará caro a Israel”. Enquanto isso, famílias dos reféns em Israel expressaram preocupação, afirmando que o plano “significa abandonar os reféns, ignorando completamente os repetidos avisos da liderança militar”. A Arábia Saudita acusou Israel de causar “fome” e “limpeza étnica” em Gaza, intensificando a pressão internacional sobre o governo Netanyahu.