Simulação ocorre após disparo de policial de folga em bar
Reconstituição do crime visa esclarecer a morte de Antônio Nunes Carlos, baleado em bar de Curitiba. Situação gera comoção familiar.
Reconstituição do crime em Curitiba
Na manhã desta quarta-feira (29), a Polícia Científica do Paraná realizou a reconstituição do crime que resultou na morte de Antônio Nunes Carlos, de 51 anos, no BarBaran, em Curitiba, no último dia 26 de setembro. A simulação buscou esclarecer a dinâmica dos fatos e reunir novos elementos para a investigação.
Participação das partes envolvidas
Participaram da reconstituição as filhas da vítima, Marinha Antunes e Júlia Marinho, o delegado Ivo Viana, advogados de defesa e acusação, e a delegada Camila Cecconello. Emocionada, Júlia Marinho cobrou justiça e criticou a liberação do policial logo após o crime. “O assassino do meu pai não foi preso naquela noite, o que me deixa mais em choque. Mesmo assim, eu ainda acredito no Ministério Público e na Justiça do Paraná. Agora, além de ter que se proteger de bandido, a gente tem que se proteger de policiais bêbados, armados e de folga”, desabafou.
Versões conflitantes
Já o advogado Hetor Bender, que defende Marcelo Mariano Pereira, afirmou que a versão apresentada desde o início permanece a mesma: “Diante dos princípios desses fatos, a nossa história é sempre a mesma, nós nunca mudamos a versão ou qualquer tipo de detalhe. O Marcelo afirma que agiu em legítima defesa. Por enquanto tudo o que existe demonstra isso”, disse. Por outro lado, a advogada da família, Carolina Mattar Assad, questionou a tese de legítima defesa e destacou a desproporção na ação: “São dois homens, e um deles é um policial treinado. Foi uma discussão por motivo fútil entre pessoas que nem se conheciam, que terminou em menos de 30 segundos. Se a defesa realmente alega legítima defesa, cabe a eles provar isso.”
Detalhes do incidente
Antônio Carlos Antunes foi baleado por um policial civil de folga no banheiro do BarBaran, localizado na Alameda Augusto Stelfeld, região central de Curitiba, próxima aos bairros Batel e Mercês. Ele foi socorrido em estado grave ao Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, mas morreu no dia 1º de outubro em decorrência do ferimento. Segundo a versão do policial, os dois tiveram uma discussão no banheiro do bar. As filhas da vítima afirmam que Antônio não estava com nada nas mãos no momento da briga.
Consequências e desdobramentos
O policial civil Marcelo Mariano Pereira, autor do disparo, chegou a ser conduzido à delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), não houve prisão em flagrante porque os primeiros indícios apontavam para possível legítima defesa.