A diretora da agência da ONU explica os desafios enfrentados após a guerra na região

A UNRWA destaca a necessidade de um plano político para a reconstrução de Gaza após a guerra.

Após dois anos de uma guerra que destruiu a Faixa de Gaza, o território palestino começa a pensar na possibilidade de reconstrução com o atual acordo de cessar-fogo. A diretora da UNRWA, Tamara Alrifai, enfatiza que a reconstrução deve estar ligada a uma solução política. Com cerca de 55 milhões de toneladas de escombros e explosivos não detonados, a situação se torna mais complexa.

Desafios da reconstrução

“O maior desafio a longo prazo é não repetir a reconstrução de prédios e depois voltar para a guerra”, afirma Alrifai. A fome, que afeta mais de 500 mil pessoas, é um problema urgente. O acordo atual de ajuda estabelece que 600 caminhões devem entrar em Gaza diariamente, mas Israel anunciou uma redução dessa quantidade. Na semana passada, entre 150 e 250 caminhões entraram, mas a diversidade de alimentos é limitada.

Necessidade de suprimentos

A falta de alimentos e suprimentos médicos é alarmante, especialmente com a proximidade do inverno. Alrifai destaca que a qualidade dos alimentos é crucial para a saúde das crianças e que soluções intermediárias para os desabrigados são necessárias. Mais de 90% das unidades habitacionais em Gaza estão destruídas, e a UNRWA precisa fornecer abrigo temporário e suprimentos essenciais.

Colapso dos serviços públicos

O colapso dos serviços públicos em Gaza é um reflexo da guerra. A UNRWA, maior agência no território, gerencia a maioria dos resíduos sólidos, o que normalmente seria função de uma administração municipal. Alrifai defende a necessidade de restaurar o setor público após a fase de emergência, ressaltando que a reconstrução deve incluir um plano político que integre a ajuda humanitária e a recuperação da infraestrutura.