Redução da alocação do fundo Verde em ações e o real

Luis Stuhlberger

Luis Stuhlberger ajusta a estratégia do fundo em meio a incertezas no mercado

O fundo Verde, de Luis Stuhlberger, reduz sua exposição em ações brasileiras e zera posição em real.

O fundo Verde, sob a gestão de Luis Stuhlberger, está realizando uma redução significativa na alocação em ações brasileiras, e também zerou sua posição em real. “Em meio a este cenário, reduzimos a alocação em ativos de risco brasileiros, por considerar o retorno prospectivo mais limitado para os risco e a volatilidade que vemos à frente”, afirmou o gestor em sua carta mensal.

Apesar da bolsa brasileira operar na maior sequência de ganhos consecutivos em mais de três décadas e o Ibovespa alcançar máximas nominais históricas, a Verde Asset decidiu ajustar sua estratégia. Este movimento ocorre um mês após o fundo ter anunciado a retomada das compras de ações, ainda que de forma marginal.

No documento, a gestora menciona que as incertezas começaram após a derrota do governo na votação da MP 1.303, que tratava da taxação de apostas e algumas aplicações financeiras, como alternativas para mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, a melhora na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe uma reavaliação do cenário eleitoral, mas a Verde observa que essa melhora foi revertida com a operação Contenção, que trouxe o tema da segurança pública ao debate nacional.

Impactos nas moedas e na renda fixa

A Verde também tomou a decisão de zerar a posição em real, além da redução na exposição à bolsa. “Em moedas, trocamos parte da posição comprada no euro por uma cesta de moedas, continuamos com exposição no renminbi chinês e no ouro, e mantivemos a alocação em cripto”, explicou Stuhlberger. Na renda fixa, o fundo manteve posição comprada em juro real, mas reduziu a alocação de crédito local após a venda das debêntures perpétuas da Vale (VALE3).

No mês de outubro, o fundo multimercado da Verde conseguiu um retorno de 1,41%, superando os 1,28% do CDI. No acumulado do ano, o desempenho do fundo é positivo em 13,58%, em comparação aos 11,76% do benchmark.

Incertezas globais e suas consequências

Luis Stuhlberger destacou que a incerteza global aumentou devido ao ‘shutdown’ do governo dos Estados Unidos. A paralisação já dura mais de 40 dias e é a mais longa da história. O acordo orçamentário no Congresso está em andamento, mas ainda não há uma solução definitiva. “A enorme maioria dos dados econômicos que o mercado usa para atualizar sua visão da economia não foram publicados”, comentou a gestora.

O banco central americano, após cortar a taxa de juros em 0,25% nas reuniões de setembro e outubro, adotou um tom mais cauteloso em relação a futuras reduções.

A Verde observa que a grande força motriz do mercado norte-americano tem sido a aposta em Inteligência Artificial (IA), e qualquer questionamento sobre a sustentabilidade desse ciclo traz volatilidade significativa. Além disso, a gestora menciona que os riscos geopolíticos continuam a ser uma preocupação, mesmo com o encontro entre os presidentes dos EUA e da China, que ajudou a reduzir tensões comerciais.

Conclusão

Com essa estratégia, a Verde busca navegar pela volatilidade do mercado com disciplina, mantendo posições que acredita serem benéficas a longo prazo. O fundo continua a carregar posição comprada em ativos que se beneficiam de uma diversificação de moedas além do dólar, reforçando sua abordagem cautelosa em meio a um cenário de incertezas e desafios econômicos.

Fonte: www.moneytimes.com.br

Fonte: Luis Stuhlberger

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