Análise sobre as semelhanças entre a política americana e o regime chinês

A política de Trump gera ecos de uma revolução cultural, refletindo preocupações de liberdade de expressão e lealdade absoluta, como observado por imigrantes chineses.

Em Nova York, Vickie Wang, uma comediante de stand-up que se mudou para os EUA em 2025, evita críticas diretas ao governo. Segundo ela, essa é uma “comportamento aprendido da China”. Wang, que viveu quase uma década em Xangai, percebeu uma mudança palpável desde a reeleição de Donald Trump, que, segundo ela, cria um ambiente de incerteza.

A lealdade imposta e o cerceamento da liberdade de expressão

Observadores chineses notam semelhanças alarmantes: a exigência de lealdade absoluta e ataques a instituições refletem práticas autoritárias. A relação entre Trump e Xi Jinping, marcada por uma estranha camaradagem, sugere que os EUA podem estar adotando elementos de controle social típicos da China, como a mobilização de jovens para executar a vontade do líder e a perseguição a críticos.

A vigilância social se espalha

Deng Haiyan, um ex-policial e crítico do Partido Comunista, encontrou um ambiente hostil nos EUA após criticar publicamente um influenciador conservador. A reação negativa que sofreu, que incluiu ameaças à sua família, trouxe à tona preocupações sobre a vigilância social nos EUA, uma dinâmica semelhante àquela que ele conhecia na China.

Comparações e contrastes entre EUA e China

Apesar das semelhanças, ainda existem diferenças significativas. A liberdade de imprensa e a independência do judiciário são aspectos que ainda distinguem os EUA da China. Contudo, muitos intelectuais chineses, antes inspirados pelo modelo americano, começam a ver sua própria situação política com novos olhos, considerando as recentes reações da sociedade americana como um sinal de declínio da democracia. Essa reavaliação é dolorosa, mas reflete uma realidade onde os limites da liberdade estão sendo testados em ambos os lados do Pacífico.