Facções brasileiras são classificadas como organizações terroristas em países vizinhos
Após uma operação policial que resultou em 121 mortes no Rio, países como Argentina e Paraguai reforçam suas fronteiras, classificando facções brasileiras como terroristas.
Em 3 de novembro de 2025, uma operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, provocou repercussão internacional. Facções brasileiras, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital, foram classificadas como organizações terroristas por países vizinhos, como Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai, que reforçaram a vigilância nas fronteiras. Essa ação levanta preocupações sobre a possível fuga de integrantes dessas facções.
Ação policial e suas consequências
A operação, considerada a mais letal da história do Rio, contou com 2,5 mil agentes e resultou na prisão de 113 integrantes das facções, com um terço deles oriundos de outros estados. Entre os mortos, 78 tinham histórico criminal grave. A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, enviou tropas à fronteira e incluiu as facções no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo. O presidente paraguaio, Santiago Peña, também assinou um decreto formalizando a classificação do CV e do PCC como organizações terroristas.
A resposta dos países vizinhos
O governo boliviano, sob Rodrigo Paz, solicitou aumento de controle nas fronteiras, destacando a prioridade em proteger a população. O Uruguai também anunciou reforço na segurança. Essas medidas refletem a crescente preocupação com a influência das facções brasileiras na região. O governo do Rio de Janeiro, por sua vez, busca o reconhecimento do Comando Vermelho como Organização Criminosa Transnacional pelos Estados Unidos, o que permitiria uma cooperação mais estreita contra o crime organizado.
Medidas legais e políticas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende endurecer o combate ao crime organizado com a proposta de um projeto de lei que cria o tipo penal “organização criminosa qualificada”. Esse projeto, que será enviado ao Congresso com pedido de urgência, prevê penas de até 30 anos para homicídios e inclui medidas para afastamento de servidores suspeitos. O objetivo é reforçar a proteção da segurança pública e combater as facções que ameaçam a estabilidade do país.