Relatório da CDH aborda proteção a mães acusadas de sequestro internacional

Agência Senado

Comissão aprova relatório que visa auxiliar mães vítimas de violência no exterior

Comissão aprova medidas para mães vítimas de violência, abordando injustiças do sequestro internacional.

Nesta quarta-feira (10), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou um importante relatório que trata das mães brasileiras acusadas de sequestro internacional. Esse documento é o resultado dos trabalhos da subcomissão temporária que investigou a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças. A proposta visa criar um ambiente digital que informe mulheres vítimas de violência doméstica no exterior sobre seus direitos e as proteções legais disponíveis.

O relatório surge num contexto onde, entre 21 de maio e 27 de novembro, a subcomissão analisou denúncias de mães que, ao retornarem ao Brasil com seus filhos para escapar de violência doméstica, foram acusadas por seus agressores de sequestro internacional. A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), presidente da subcomissão, defende que o Senado deve acompanhar de perto a aplicação da Convenção de Haia, de 1980, para assegurar a proteção dessas famílias vulneráveis.

Mara declarou que a aplicação dessa convenção tem, muitas vezes, levado a decisões judiciais que ignoram o contexto de violência enfrentado por essas mulheres, resultando em injustiças significativas. O relatório também contempla a criação de uma plataforma digital, em colaboração com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), que deverá ser lançada em 2026. Essa plataforma fornecerá informações pertinentes sobre como obter apoio e quais são os direitos das mulheres e de seus filhos no exterior.

Além disso, a senadora Gabrilli comprometeu-se a revisar o Projeto de Lei (PL) 565/2022, que busca dificultar o retorno compulsório de filhos para os países dos pais, estabelecendo diretrizes mais claras sobre violência doméstica e a escuta da criança no processo judicial. O novo texto também considerará tratamentos de saúde adequados no país de residência habitual como justificativa para impedir o retorno de menores.

A subcomissão ainda publicou uma revista com suas conclusões, abordando o tema de forma acessível ao público. Outro requerimento aprovado exige que o Ministério de Relações Exteriores informe o Senado sobre os protocolos de auxílio às brasileiras que vivem situações de violência no exterior.

Entre as sugestões apresentadas ao Poder Executivo, destacam-se a criação de um comitê interinstitucional permanente para discutir a aplicação da Convenção de Haia e o aumento do número de Espaços da Mulher Brasileira no Exterior (EMUBs), que visam oferecer suporte às brasileiras que se encontram em situação de vulnerabilidade.

O documento também recomenda que o Conselho Nacional de Justiça estabeleça uma classe judicial específica para casos de subtração internacional de crianças, semelhante ao que já ocorre em casos de guarda. Por fim, a defensoria pública deve considerar critérios não financeiros na defesa de mulheres em situações de vulnerabilidade.

A aprovação deste relatório representa um passo significativo para a proteção de mães e crianças envolvidas em situações de sequestro internacional, assegurando que suas vozes sejam ouvidas e seus direitos respeitados.

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