Republicanos se opõem a tarifas de emergência de Trump sobre o Brasil

AP Photo/Manuel Balce Ceneta

Votação simbólica no Senado destaca divisões dentro do partido

Cinco senadores republicanos romperam com Trump em uma votação para bloquear tarifas de emergência sobre o Brasil, destacando divisões no partido.

Em 28 de outubro de 2025, cinco senadores republicanos se manifestaram contra as tarifas de emergência de Donald Trump sobre o Brasil, unindo-se aos democratas em uma votação simbólica no Senado. Essa decisão representa uma rara crítica pública às políticas comerciais do presidente, em meio a um governo em shutdown.

Votação e divisão partidária

Os senadores que romperam com Trump foram Susan Collins (Maine), Lisa Murkowski (Alasca), Rand Paul (Kentucky), Thom Tillis (Carolina do Norte) e Mitch McConnell (Kentucky). Embora a resolução tenha sido aprovada no Senado, espera-se que encontre dificuldades na Câmara, controlada pelos republicanos, onde a liderança pode barrar a votação. Trump deve vetar a medida se ela chegar a sua mesa.

Impacto das tarifas

A resolução, proposta pelo senador Tim Kaine (D-Va.), visava encerrar as declarações de emergência que justificam as tarifas de 50% sobre bens brasileiros, incluindo óleo, café e suco de laranja. A administração argumenta que essas tarifas são essenciais para garantir melhores acordos comerciais e punir o Brasil pelo tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Críticas e consequências econômicas

Vários senadores expressaram suas preocupações sobre o uso excessivo de poderes de emergência por Trump. McConnell destacou que as tarifas tornam a construção e a compra nos EUA mais caras, enquanto Rand Paul considerou a utilização desses poderes uma “abuso” da autoridade executiva. A análise recente do Escritório de Orçamento do Congresso indicou que as políticas tarifárias estão contribuindo para a inflação e perda de empregos. Kaine planeja introduzir resoluções semelhantes visando tarifas sobre o Canadá e outras nações, buscando manter pressão sobre a Casa Branca e evidenciar divisões dentro do partido em relação ao comércio e ao poder presidencial.

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