Expectativas do Santander sobre a temporada de resultados
A temporada de resultados do terceiro trimestre de 2025 promete trazer desafios, segundo o Santander, com a expectativa de desaceleração nas performances das companhias.
Nesta quarta-feira (29), a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2025 promete trazer desafios, com as divulgações do Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4). Segundo Ricardo Peretti, estrategista do Santander, as companhias deverão sentir o peso dos juros altos, que hoje estão em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas. Essa taxa é 4,5 pontos percentuais mais alta em comparação ao ano passado, refletindo em despesas financeiras mais elevadas para as empresas.
Expectativas para a temporada de resultados
Peretti classifica a temporada de resultados como um período de “desaceleração clara” em relação ao primeiro semestre. Ele observa que o crescimento da economia brasileira deve ser modesto, em torno de 0,2% em relação ao segundo trimestre, comparado a 0,4% no trimestre anterior. O Santander Research espera um crescimento de receita de 7% ano contra ano, Ebitda em 3% e uma queda no lucro líquido de 16%. Excluindo as produtoras de commodities, a receita deve crescer 10%, o Ebitda 9% e o lucro líquido cair 8%.
Setores em destaque
Apesar de um cenário desafiador, Peretti menciona que o setor de construção civil deve apresentar resultados positivos, com boas performances tanto nas empresas de baixa quanto de média e alta renda. Já o setor bancário, com exceção do Santander e do Banco do Brasil (BBAS3), deve trazer números sólidos. Entretanto, o varejo alimentar, incluindo empresas como Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3), pode mostrar desaceleração, assim como Ambev (ABEV3).
O papel dos fatores macroeconômicos
Peretti ressalta que, ao longo dos últimos trimestres, fatores macroeconômicos têm exercido maior influência no mercado do que os resultados das empresas. O fluxo de capital estrangeiro, atrelado às decisões do Fed, China e Copom, continua ditando o ritmo da bolsa. A expectativa é de que, se houver movimentação significativa, seja mais pela decepção do que pela empolgação, dado o atual cenário econômico.